Beja: Papa nomeia D. João Marcos como bispo coadjutor da diocese

Sacerdote do Patriarcado de Lisboa era até agora diretor espiritual no Seminário e é pintor

Lisboa, 10 out 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco nomeou hoje D. João Marcos como bispo coadjutor da Diocese de Beja, informou a Nunciatura Apostólica em Portugal, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

Com 65 anos, novo bispo era até agora diretor espiritual no Seminário Maior de Cristo-Rei e no Seminário ‘Redemptoris Mater’ de Nossa Senhora de Fátima, no Patriarcado de Lisboa.

Na sua saudação à Diocese de Beja, D. João Marcos diz que assume esta missão com “a alegria e a simplicidade de quem é escolhido e não escolhe”.

D. João Marcos frequentou, para além do curso teológico no Instituto Superior de Estudos Teológicos do Patriarcado, o curso de pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, hoje Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.

O novo bispo alude a esta atividade, na primeira mensagem aos católicos de Beja, prometendo que não vai levar os pincéis porque não quer “cheirar a tinta, e muito menos” ficar “nas tintas”.

“O Santo Padre quer pastores que vão à frente, mas também no meio e atrás do rebanho, solícitos pelo bem das ovelhas, pastores que cheirem a ovelha… em Beja não podia ser de outro modo”, acrescenta, pedindo orações por si.

Natural da Diocese da Guarda, D. João Marcos frequentou os seminários do Patriarcado de Lisboa, na década de 60 e 70, sendo ordenado sacerdote a 23 de junho de 1974 pelo então cardeal-patriarca D. António Ribeiro.

A nomeação responde a um pedido feito pelo atual bispo de Beja, D. António Vitalino, que em diversas ocasiões se manifestou sobre a necessidade de contar com um bispo coadjutor a quem possa confiar a sua missão quando atingir os 75 anos [novembro de 2016], idade em que o Direito Canónico determina a apresentação da renúncia.

D. António Vitalino, de 72 anos, é bispo da Diocese de Beja desde 1999, altura em que sucedeu ao falecido D. Manuel Falcão.

O bispo coadjutor é nomeado por iniciativa da Santa Sé e, ao contrário dos bispos auxiliares, goza do direito de suceder ao bispo diocesano quando este cessa as suas funções.

D. João Marcos alimentou o gosto pela pintura e considera o seu ateliê um “lugar de oração”, sublinhando que “na Igreja é o mistério da encarnação [nascimento de Jesus] que permite a arte, sobretudo a pintura”.

“Assim como podemos fazer tratados escritos com palavras acerca de Cristo, que é o Verbo de Deus, ele é também imagem do Deus invisível”, pelo que também se pode falar dele através de “imagens”, “janelas que se abrem para o mistério” divino, disse à Agência ECCLESIA no Natal de 2011, comentando a arte cristã no Advento.

Noutra reflexão, na Semana Santa de 2012, D. João Marcos referiu que muitas vezes os cristãos não se dão conta do “tesouro” que trazem dentro de si e da necessidade de “saciar” a sua sede de Deus.

Pároco entre 1974 e 2002 e membro do Conselho Pastoral do Patriarcado de Lisboa a partir de 2001, o novo bispo foi nomeado cónego da Sé de Lisboa em 2003; fez várias experiências de itinerância como membro do Caminho Neocatecumenal, nomeadamente em Évora (1981-1983), em Dublin (1984) e em Porto Velho, Manaus e Belém do Pará (Brasil, 1985).

Os temas da formação sacerdotal e da representação iconográfica da Liturgia da Bíblia preenchem as principais publicações da autoria de D. João Marcos.

PR/OC

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