Beja: Bispo quer seminaristas desacomodados e ativos no anúncio do Evangelho

D. António Vitalino alerta que «bem comum» da sociedade deve ser objetivo permanente

Beja, 10 nov 2014 (Ecclesia) – O bispo de Beja afirmou que neste “tempo do consumo egoísta” se torna “mais necessário” dar testemunho de valores evangélicos como “verdade, amor ao próximo, justiça” em contraste com setores da sociedade.

“Um discípulo de Cristo e muito menos um missionário do Evangelho não pode ser um triste e desiludido. Por isso os seminários não podem educar pessoas sem ânimo, passivas e acomodadas”, revela D. António Vitalino na sua nota enviada à Agência ECCLESIA, sobre a Semana dos Seminários,

Os formadores nos seminários, apesar da escassez de seminaristas, “não podem ser como mães-galinhas, protecionistas, sem exigências” porque o “amor a Cristo” e à “humanidade tem de ser posto à prova”, escreveu o prelado.

“Só quem sabe equilibrar o trabalho apostólico e a oração, experimenta a alegria de ser constituído servidor do Evangelho”, considera D. António Vitalino para quem o cansaço da missão é “compensado e superado” pela alegria que anima o servidor do evangelho.

O bispo de Beja recorda que, durante a semana dos seminários, que começou este domingo e termina no dia 16 de novembro, é importante que se reze e se sensibilizem “as comunidades para a importância dos seminários na formação do clero”.

“E de vez em quando ao longo do ano lembremos com gratidão os nossos seminaristas e os seus formadores”, acrescentou.

O prelado recorda que há muito material para “ajudar a viver esta semana em sintonia com o seu tema” – Servidores da Alegria do Evangelho.

Nesse contexto, a nota semanal relembra que vão ser ordenados três diáconos no dia 8 de dezembro às 16h00, na igreja de Santa Maria, em Beja e o bispo diocesano pede que rezem também pelos três seminaristas que estudam teologia em Évora e pelos dois candidatos ao seminário, a fazer o ano propedêutico em Faro.

D. António Vitalino alerta ainda que é “preciso criar” uma mentalidade fundada na verdade, no amor ao próximo, na justiça, na responsabilidade pelo bem comum, mesmo que isso “não traga vantagens pessoais mas sofrimento e incompreensões”.

O bispo diocesano explica que na Bíblia, o testemunho de vida de Jesus Cristo e dos Apóstolos, descobrem-se vidas pautadas por “valores e critérios do amor e da gratuidade, hoje muito esquecidos”.

Nesse sentido, recorre-se de um ditado popular que coloca na negativa – “a culpa não pode morrer solteira” – para referir-se à situação do país e à responsabilização dos governantes e demais responsáveis pelo bem público: “A culpa morre solteira e todos pagam por isso”, disse.

“Sucedem-se os governos, mudam-se os responsáveis pela gestão dos serviços e empresas públicas, reconhecem-se erros cometidos ou falta de zelo, mas raramente alguém é chamado à responsabilidade”, desenvolve.

D. António Vitalino considera que depois do poder alcançado já “não” existe esforço na luta “pela realização do bem comum” porque não é preciso, uma mentalidade que já era frequente na sua juventude com as “cunhas para o funcionalismo público” pela estabilidade e segurança do emprego.

Desta forma, segundo o prelado cria-se uma sociedade “arbitrária” e do “arranje-se quem puder”.

Para o bispo de Beja são necessários mecanismos baseados na verdade, na justiça, no amor ao bem comum e alerta que os cristãos têm um “imperativo de consciência” que os leva a confessar as culpas e procurar “emendar-se e reparar o mal feito”.

CB

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