Beja: Autor da recolha de cânticos religiosos alentejanos homenageado nos 50 anos de ordenação sacerdotal

Padre António Cartageno é um dos «nomes cimeiros da música litúrgica em Portugal»

Foto Diocese de Beja

Beja, 29 nov 2022 (Ecclesia) – A Diocese de Beja vai promover uma homenagem ao padre António Cartegeno, autor da recolha de cânticos religiosos Alentejanos e “um dos nomes cimeiros da música litúrgica em Portugal”, nos 50 anos de ordenação sacerdotal.

Numa nota biográfica enviada à Agência ECCLESIA, o padre José Maria Afonso Coelho afirma que o “grande campo de ação” do padre Cartageno é a música, pela “qualidade e popularidade das suas composições e pelas iniciativas no âmbito da música sacra, é um dos nomes cimeiros da música litúrgica em Portugal”.

Natural da Diocese de Vila Real, onde nasceu a 9 de junho de 1946, António Cartageno entreou no Seminário de Beja em 1958 para fazer os estudos secundários e depois, entre 1964 e 1970, frequentou o Seminário dos Olivais, em Lisboa, onde fez os estudos filosóficos e teológicos.

Foto Diocese de Beja, ordenação sacerdotal, em 1972

Ordenado padre a 3 de Dezembro de 1972, na Igreja do Carmo de Beja, foi formador e professor no Seminário de Beja até 1987, ano em começou estudos no Pontifício Instituto de Música Sacra, em Roma, onde permaneceu até 1994, tendo feito a licenciatura em Música Sacra e o mestrado em Canto Gregoriano e Composição Sacra.

De acordo com o biógrafo do padre António Cartageno, o contacto com a música aconteceu em criança, na Banda Filarmónica de São Mamede de Ribatua, que “ensaiava em casa de seus pais”, e através do seu pai, “excelente executante de bombardino e responsável da Escola de Música da mesma instituição durante muitos anos” de quem recebeu “as primeiras lições de solfejo”.

“Como aluno do Seminário Maior de Cristo Rei dos Olivais (Lisboa), entre 1964 e 1970, herdou as influências da prática gregoriana e do Padre Manuel Luís, professor, compositor e maestro. Durante o mesmo período, no Centro de Estudos Gregorianos (atual Instituto Gregoriano de Lisboa), estudou órgão e harmonia com Antoine Sibertin-Blanc”, acrescenta a nota biográfica escrita pelo padre José Maria Afonso Coelho.

Na Diocese de Beja, para além de ter a responsabilidade de várias paróquias, dinamizou a Comissão Diocesana de Música Sacra e fez com o padre António Mendes Aparício, entre 1978-1982, “uma recolha exaustiva de cânticos da tradição popular religiosa do Baixo Alentejo ligados às festas da Virgem Santa Maria, Natal, Quaresma/Paixão, Santos Populares”

“Com o apoio do Coro do Carmo, procedeu à gravação e divulgação de quase trinta espécimes, publicados em livro, cassete e CD, tornando-se muito populares alguns deles (O bom pastor, Fonte de água viva, Nossa Senhora do Carmo, entre outros)”, acrescenta a nota biográfica.

Foto Diocese de Beja

Colaborador do Secretariado Nacional de Liturgia, nomeadamente no Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, que participa desde 1982, o padre Cartageno

Integra o Serviço Nacional de Música Sacra, desde em 1989, colabora no Curso de Música Litúrgica, iniciado em 1994.

Entre as obras da sua autoria, destaca-se a recolha de “velhos cantos tradicionais religiosos do Baixo Alentejo”, publicados no título “Cânticos Religiosos Alentejanos”, disponíveis em registo áudio.

“Todos estes anos (1972-2022) constituem a substância do jubileu sacerdotal, marcados definitivamente pelo serviço à música sacra, não em modo acabado mas em contínua atividade”, afirma o  padre José Maria Afonso Coelho.

Entre as composições de que é autor destacam-se as obras musicais: Cantata a Nossa Senhora da Conceição, que assinalou em 1996 os 350 anos da proclamação de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha de Portugal; a Cantata “Santo Agostinho – o cantor da sede de Deus”, de 2006, para celebrar o encerramento do Ano Agostiniano na Diocese de Leiria-Fátima, a oratória “Fátima, sinal de esperança para a humanidade”, de 2007, comemorativa dos 90 anos das aparições de Fátima; Cantata “As Maravilhas de Fátima – O Apóstolo de Fátima Padre Formigão”, de 2017, em memória do Padre Manuel Formigão; e a cantata “Os pastorinhos de Fátima”, composta em 2020, nos primeiros meses da pandemia, em homenagem aos pastorinhos de Fátima, que ainda não foi apresentada ao público.

PR

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