Aveiro: Escuteiros cantam as janeiras durante duas semanas

Agrupamento da paróquia de São Pedro da Palhaça transformou iniciativa com 19 anos num acontecimento familiar, juntando pais e filhos

Aveiro, 03 jan 2011 (Ecclesia) – O agrupamento de escuteiros 970, da diocese de Aveiro, cumpre há 19 anos a tradição de cantar as janeiras na paróquia de São Pedro da Palhaça, ajudando a animar a quadra natalícia daquela comunidade.

Em declarações ao programa de rádio ECCLESIA, o chefe Amílcar Mota explica que tudo começou com a “necessidade do agrupamento se envolver nas atividades da paróquia”.

“Depois de trabalharmos as ideias e fazermos a recolha das canções, elas perduram quase na totalidade até hoje”, realça aquele responsável, que acompanha desde o início a história daquele núcleo de escutas, fundado em 1991.

Este grupo católico aveirense é composto atualmente por cerca de 90 crianças, adolescentes, jovens e adultos, metade dos quais participam nas Janeiras deste ano, procurando levar a alegria às pessoas através de um reportório de músicas populares de diversas regiões do país e que tem sido atualizado ao longo dos tempos.

Segundo o chefe Amílcar, motivar os mais novos não é difícil, uma vez que todos sabem que estão a contribuir para a recolha de fundos indispensáveis para a realização de outras atividades que fazem parte do calendário escutista, a nível nacional e internacional.

“A crise é de todos, também chegou ao agrupamento, há muitas famílias com dificuldades e nós assim não temos aquele dissabor de ver uma criança ou um jovem a não ir a uma atividade por falta de dinheiro”, sustenta.

Ainda em período de férias, os escuteiros costumam sair à rua no dia a seguir ao Natal, sempre entre as 18h30 e as 21h00, para distribuírem as “boas festas” à população da vila, localizada no concelho de Oliveira do Bairro.

Uma iniciativa que normalmente se prolonga até 6 de janeiro e que, no caso do agrupamento 970, se transformou num acontecimento familiar, onde é possível ver chefes de secção a cantar lado a lado com os filhos.

É o caso do chefe Paulo Pereira que, em conjunto com a esposa, também com responsabilidades dentro do grupo, participa no evento deste ano na companhia de três filhas escuteiras.

“Os mais pequeninos ainda são aqueles que gostam mais, andamos aí com ‘patas tenras’ [aspirantes a escuteiros que ainda não fizeram a sua promessa] pequeninos, com seis anos, que entraram este ano para o movimento e que estão a adorar e por essa razão é que continuamos a cantar”, explica.

A filha mais velha do casal, Joana Martins, de 19 anos, sublinha que se trata de uma iniciativa que “vale a pena”, por permitir “desejar as boas festas às pessoas” e por fazer “perdurar” um legado “com muitos anos”.

De guitarra na mão, a jovem ajuda a animar miúdos e graúdos, rostos mais ou menos conhecidos, que por alguns momentos abrem a porta de casa e também o seu coração ao espírito natalício anunciado pelos escuteiros.

Celina, de 75 anos, acolhe “com muito gosto” as crianças e jovens que batem ao seu portão, admitindo mesmo que “se tivesse pernas para isso ainda ia também cantar com eles”.

As janeiras são uma tradição em Portugal, juntando grupos de pessoas a cantar, pelas ruas, anunciando o nascimento de Jesus e celebrando o dia de Reis [um antigo feriado, a 6 de janeiro, hoje festa móvel do calendário litúrgico católico].

A história do cantar das janeiras na paróquia de São Pedro da Palhaça vai ser um dos temas em destaque no programa da Igreja Católica na Antena 1, este domingo, a partir das 06h00.

PRE/JCP/OC

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