Aveiro: Diocese despede-se do padre João Gonçalves, «homem bom, lutador pela justiça e pelo amor ao próximo»

D. António Moiteiro convida a prosseguir legado de quem procurou «construir uma sociedade melhor»

Rómulo Mateus, D. Joaquim Mentes, Pe. João Gonçalves

Aveiro, 10 dez 2020 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro presidiu hoje à Missa de corpo presente do padre João Gonçalves, coordenador nacional da Pastoral Penitenciária e membro do clero diocesano, evocando um “um homem bom, lutador pela justiça e pelo amor ao próximo”.

“Agradecemos o dom da sua vida, o seu ministério e a sua entrega às gentes de Aveiro”, em quase 51 anos de sacerdócio, assinalou D. António Moiteiro, na homilia da celebração que decorreu no Seminário de Santa Joana Princesa, com transmissão online.

O responsável católico evocou um percurso de serviço “com muita dedicação e muito amor”, na diocese e no país.

“Que junto de Deus interceda por todos os aveirenses, sobretudo os mais pobres e desfavorecidos”, pediu o bispo de Aveiro.

O presidente da celebração convidou todos os presentes a “construir uma Igreja que sai de si mesma, para ir ao encontro dos outros”, em especial, os mais necessitados, e “construir uma sociedade melhor”.

“Esta é a melhor homenagem que lhe podemos prestar”, acrescentou.

O padre João Gonçalves, sacerdote da Diocese de Aveiro, faleceu esta terça-feira aos 76 anos de idade; entre outros serviços, era o coordenador nacional da Pastoral Penitenciária, um setor onde trabalhou durante mais de 40 anos.

A Missa foi concelebrada por D. José Traquina, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, que quis “dar graças pelo dom desta grande vida, de vocação sacerdotal”.

O bispo de Santarém destacou o “grande testemunho” deixado pelo coordenador da Pastoral Penitenciária, referência de “um sacerdote alegre, consagrado à causa do Reino”.

No final da Missa, D. António Moiteiro destacou as várias mensagens que manifestaram “respeito e admiração” pelo falecido sacerdote, nos últimos dias, incluindo a ministra da Justiça.

Para o funeral do padre João Gonçalves foi promovida uma campanha para substituir a oferta de flores por alimentos, como era desejo do próprio; os bens vão ser destinado às ‘Florinhas do Vouga’, ajudando famílias pobres na Ceia de Natal.

O sacerdote foi sepultado no cemitério da Gafanha do Carmo, sua terra natal.

A autarquia de Aveiro decidiu decretar esta quinta-feira como dia de luto municipal, sublinhando um “momento de profunda tristeza e pesar” para a cidade e seus habitantes, “pela partida de um dos seus bons Homens”.

Também a Câmara Municipal de Ílhavo expressou “o seu mais profundo pesar” pelo falecimento, destacando “o papel humanista e sacerdotal do padre João Gonçalves, nomeadamente na sua missão e preocupação social”.

O padre João Gonçalves foi ordenado por D. Manuel de Almeida Trindade a 21 de dezembro de 1969, na Sé de Aveiro.

Em 2018, foi apresentada a obra ‘O padre das prisões portuguesas – ensaio baseado na vida do padre João Gonçalves’, da autoria de Inês Leitão, que dirigiu um documentário sobre a vida do sacerdote.

OC

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