D. António Francisco dos Santos presidiu a missa na igreja do Seminário de Santa Joana Princesa
Aveiro, 11 out 2013 (Ecclesia) – D. António Francisco dos Santos, bispo de Aveiro, presidiu esta quinta-feira a uma missa de sufrágio por D. António Marcelino, seu antecessor, que falecera um dia antes, destacando o seu compromisso na “renovação” da Igreja.
“D. António Marcelino nunca foi nostálgico do tempo que passou, foi sempre aventureiro do tempo novo. Essa capacidade de olhar o futuro e perceber que o caminho da vida não é um caminho sem tempo por isso a renovação que desejava na sua Igreja, as propostas que ambicionava para o mundo, a justiça que reclamava e o bem que construía era já semente de eternidade”, assinalou D. António Francisco dos Santos, na igreja do Seminário de Santa Joana Princesa.
A homília de agradecimento abordou quatro temas importantes da ação do bispo emérito de Aveiro, que ajudaram e ajudam a diocese a “ver a importância do valor da fé e o sentido da missão”.
No primeiro, destacou-se a importância do seminário para os bispos e para a diocese, onde “se preparam os sacerdotes e o se constrói o futuro da Igreja”.
“O D. António Marcelino sempre sentiu no aconchego da sua alma esse trabalho pelas vocações e pelos sacerdotes, pelo serviço que prestam e realizam à diocese, pelo dom que são e o testemunho que nos dão pela pregação”, explicou o bispo de Aveiro.
“Que D. António nos ajude a ver surgir cada vez mais vocações e acalente e aconchegue com a sua bênção os membros do presbitério”, acrescentou.
D. António Francisco dos Santos revelou que o bispo emérito confiou uma carta ao reitor do seminário de Aveiro onde agradeceu “pelo dom e pelo acolhimento” com que foi recebido.
O segundo item foi a família: “Quando cheguei à diocese disse que a prioridade pastoral era a família. Sofria com o sofrimento das famílias e sonhava com a sua felicidade”.
A educação foi outro campo “privilegiado” e o bispo de Aveiro recordou as palavras de Guilherme de Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura, quando se referiu a D. António Marcelino como “paladino da liberdade de ensinar e aprender, um construtor de um mundo novo enraizado na importância da educação”.
D. António Francisco dos Santos assinalou várias ações do prelado na instituição de polos de ensino na diocese, na defesa das escolas católicas, no valor da catequese e destacou ainda que “era o único bispo emérito a trabalhar no campo das comissões episcopais”, mais concretamente na da Educação Cristã.
O responsável destacou ainda o “testemunho coerência de vida” de D. António Marcelino, que sempre procurou distribuir tudo o que recebeu por pessoas e instituições.
“Despojado e coerente, integro e entregue por inteiro, ele ensina-nos que o valor das coisas é tão relativo e secundário”, revelou D. António Francisco do Santos.
O prelado concluiu destacando as bem-aventuranças na vida do bispo emérito de Aveiro: “A importância das obras de misericórdia, o sentido discreto do partir e distribuir, despojar-se por inteiro para nada ter porque os outros precisam de ter aquilo que ele foi multiplicando e distribuindo”.
CB/OC