Um apelo em favor da defesa dos direitos das minorias marcou a jornada de ontem do 48º Congresso Eucarístico Internacional, a decorrer no México. O Cardeal Setphen Fumio Hamao, presidente do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, pediu a todos os participantes que prestassem uma particular atenção “à massa dos refugiados, migrantes e vítimas do tráfico de pessoas, especialmente mulheres e crianças”. Na homilia da concelebração eucarística que encerrou o dia de trabalhos, o Cardeal japonês vincou que “ser reconhecidos como discípulos de Jesus nesta sociedade contemporânea é muito importante”. “No mundo democrático de hoje, estamos acostumados a privilegiar o princípio da maioria e isso poderá ser socialmente justo, mas desde o ponto de vista cristão devemos ser vigilantes em relação ao risco de perder a verdade das minorias”, referiu. D. Hamao insistiu na necessidade de perceber que “a graça e o Espírito Santo não se regem por princípios de maioria”. “Vemos nos Evangelhos como Jesus se aproxima dos pobres, dos abandonados, dos leprosos, dos pecadores, sem tratá-los como pessoas condenadas, sem abandonar ninguém, mesmo que seja a pessoa mais pequena”, ilustrou. A Assembleia Plenária foi dedicada ao tema “A Eucaristia, centro da vida da Igreja”, com uma internveção do Cardeal Ricardo Vidal, arcebispo de Cebú, nas Filipinas. Esta diocese ficou conhecida mundialmente nas Jornadas da Juventude de 1995, onde se juntaram 5 milhões de pessoas numa Missa presidida pelo Papa, a maior assembleia humana alguma vez reunida. Partindo desta experiência, o prelado destacou “a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja” considerando que ela “nos une a todos como irmãos”. “Nós, os que recebemos o mandamento do ‘fazei isto em memória de mim’ nunca devemos separar a celebração da Eucaristia do mandamento do amor e do serviço. Apenas com presença, comunhão e serviço pode a Eucaristia ser o mistério de Comunhão e Vida da Igreja”, alertou.