Assunção: «Uma força providencial para reativar a utopia da humanidade» – Administrador diocesano de Angra

Cónego Hélder Fonseca Mendes alertou para as batalhas com a «violência sobre as mulheres, os menores e os idosos”, e o aborto

Foto: Igreja Açores (imagem de arquivo)

Angra do Heroísmo, Açores, 16 ago 2022 (Ecclesia) – O administrador diocesano de Angra afirmou que a assunção de Maria e a transfiguração, ressurreição e ascensão de Jesus são a “confirmação da vitória da vida sobre a morte”, “uma força providencial para reativar a utopia da humanidade”.

“A assunção, como a transfiguração, a ressurreição e a ascensão de Jesus são a confirmação da vitória da vida sobre a morte. São uma força providencial para reativar a utopia da humanidade, para reanimar a esperança do povo de Deus a fazer caso da mensagem da Bíblia, da Boa noticia do evangelho, da consigna de Maria no Magnifica”, disse o cónego Hélder Fonseca Mendes, esta segunda-feira, na Sé de Angra.

Na sua homilia, o administrador diocesano explicou que a assunção de Maria, “em corpo e alma aos céus”, é o cume de todas as aspirações de uma humanidade que “se sabe limitada e se enfrenta com a morte”.

“Que podem os sonhadores de utopias frente aos planos técnicos, científicos e políticos do sistema? Que podem esperar os pobres frente à terrível realidade dos factos? Que pode fazer uma mulher grávida frente a um dragão, diante da ameaça da violência sobre ela e da ameaça de morte do Filho?”, acrescentou.

Segundo o cónego Hélder Fonseca Mendes, o mundo hoje não está longe dessas batalhas, nomeadamente “a da violência sobre as mulheres, sobre os menores e sobre os idosos”, e a “ameaça da morte de um filho”, que tem “a primeira modalidade no que eufemisticamente” chamam de interrupção voluntária da gravidez.

“Tudo é feito em nome do direito individual, embora haja dúvidas se a morte de uma pessoa indefesa, ainda antes de nascer, é um direito unilateral de exclusivamente quem pode decidir. Por um lado, a decisão e o direito são individuais, porém o financiamento para o aborto é público, isto é, é repartido entre todos, pese embora a objeção de consciência dos médicos nos Açores. Pelo menos o mesmo critério deveria aplicar-se à hora dos cidadãos apresentarem a suas opções na declaração do IRS”, desenvolveu.

Nesta segunda-feira, 15 de agosto, a Sé de Angra acolheu também a celebração ecuménica do Festival Internacional de Folclore com a presença de diferentes Igrejas Cristãs; o 36º ‘Folk Zores’, que começou no domingo, decorre até 22 de agosto, na ilha Terceira, informa o portal diocesano ‘Igreja Açores’.

“O festival de folclore que nos reúne nesta assembleia ecuménica e internacional, onde se celebra a Eucaristia para os católicos, é a prova que no meio de tantas diferenças nos podemos entender. Melhor do que na guerra, pois os países aqui presentes são praticamente os mesmos”, destacou o cónego Hélder Fonseca Mendes.

Segundo o administrador de Angra, o que os move “é o prazer da gratuidade, da beleza e da alegria”, que é comum a todos os grupos e a cada participante, mas que se diz e manifesta “de um modo diferente em todos”, seja pela dança, pela música e pela letra.

Na homília, o cónego Hélder Fonseca Mendes recordou também a ligação do Evangelho da solenidade litúrgica da Assunção de Maria com o tema da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, de 1 a 6 de agosto de 2023, e convidou a ler a “rica mensagem” do Papa Francisco, “a partir do verbo e da ação de se levantar de Maria”.

A Igreja Católica celebrou esta segunda-feira a solenidade litúrgica da Assunção de Maria, um dogma solenemente definido pelo Papa Pio XII em 1 de novembro de 1950 e celebrado há vários séculos, numa data que é feriado em Portugal.

CB

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Agência ECCLESIA

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