Associação Mãos Unidas protagoniza projectos de solidariedade

O I Congresso Internacional Mãos Unidas juntou em Portugal, vários representantes desta Associação espalhada pelo mundo, em luta contra as doenças da pobreza, como a Lepra, a tuberculose e malária. A Associação é uma Organização Não Governamental de cooperação para o desenvolvimento e de ajuda humanitária. Não tem fins lucrativos, apresenta-se apolítica e sem preconceitos raciais. O seu objectivo centra-se no apoio aos cidadãos deficientes, sem abrigo, crianças e adolescentes em risco de marginalidade Mário Nogueira, fundador e director da Associação Mãos Unidas P. Damião – Portugal, explica à Agência ECCLESIA a importância de iniciativas como esta que visam “promover campanhas para fazer chegar mais longe as nossas acções”. O Congresso Internacional quis lançar também a comemoração dos 120 anos da morte do Pe. Damião de Veuster, o apóstolo dos Leprosos, e inspirador desta obra. “Uma personalidade que marcou gerações”, lembra Mário Nogueira, que acrescenta, “importa retomar e levá-lo aos jovens”. O papel da comunicação social ao serviço da solidariedade, o papel da sociedade civil como catalisador para a inclusão social e a acção da Associação em Portugal e no mundo, foram temas em destaque. Representantes dos projectos que a associação desenvolve em alguns países, deram a conhecer aos participantes do I Congresso as acções desenvolvidas. Representantes da Suíça, Bélgica, Itália, Moçambique, Luxemburgo e Espanha estiveram também presentes. Foi ainda inaugurada uma exposição sobre o Darfur. Com esta mostra de “quadros dramáticos, quisemos chamar a atenção para a situação humanitária neste país”, aponta Mário Nogueira. Durante o Congresso o Bispo emérito de Lichinga, D. Luis Gonzaga Ferreira da Silva recebeu o prémio Follereau-Damien 2008, que visa destinguir uma personalidade que se destacou na luta contra a lepra. Pela primeira vez um português ganhou este prémio. A Associação Mãos Unidas presta apoio a deficientes profundos, ajuda crianças órfãs e deficientes das Irmãs de Madre Teresa de Calcutá. A Associação ajuda refugiados e imigrantes dos PALOP’s e países de Leste, presta apoio e acompanhamento aos doentes de Sida, na Diocese de Braga. Outra ajuda prestada é o fornecimento de alimentos para os filhos de mães solteiras e mulheres de rua que querem deixar a prostituição. Em Aveiro, ajuda também centros alimentares. Mário Nogueira explica que actualmente existem muitas instituições a trabalhar e por isso, “nem sempre é fácil conseguir pessoas voluntárias”. O director aponta que a actual situação social não ajuda, mas “através da sensibilização e divulgação, temos conseguido que alguns portugueses se juntem a nós”. A associação Mãos Unidas tem três formas de organização e coordenação dos projectos – alguns da responsabilidade da própria associação, outros de congéneres europeias, “algumas com grande experiência que no terreno mantém projectos na área da lepra e da tuberculose” e, nos países onde se encontram “as dioceses, as congregações religiosas, muitas vezes também com o governo local e central são desencadeadores de projectos”. Dos 108 projectos que a Associação Mãos Unidas apoiou neste ano, “50% foi canalizado para Moçambique, e dentro destes projectos, diria que 35% deles são orientados pelos missionários ou pela Igreja local”. Mário Nogueira afirma que têm muitos voluntários a trabalhar nos projectos “e sem eles não teríamos ido tão longe”. Em 2009 o Pe. Damião será canonizado. A data prevista para a canonização é o Dia Mundial das Missões. Em torno desta celebração, “vamos centrar o nosso ano com iniciativas para dar a conhecer o Pe. Damião”. Mário Nogueira adianta que a possibilidade de fazer um congresso nacional “ou mesmo um espectáculo, com o objectivo de sensibilizar algumas camadas da sociedade para as causas sociais”.

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