Associação dos Médicos Católicos Portugueses realizou congresso

Oradores e participantes reflectiram sobre modelos para o sistema de saúde em Portugal

A Associação dos Médicos Católicos Portugueses não exclui a possibilidade de se pronunciar sobre o sistema de saúde pretendido para Portugal, afirmou à Agência ECCLESIA o vice-presidente daquele Organismo, João Paulo Malta.

O congresso da Associação, que decorreu a 13 e 14 de Novembro, em Coimbra, reuniu um conjunto de oradores que reflectiu sobre a questão «Que Sistema de Saúde para Portugal?».

Perante cerca de 140 participantes, os convidados apresentaram os seus pontos de vista no que diz respeito à filosofia do sistema, modos de financiamento e eventuais dificuldades no acesso. As intervenções serão publicadas na «Acção Médica», revista trimestral da Associação.

De acordo com João Paulo Malta, esta é uma fase de debate, embora isso “não exclua que, no futuro, a Associação possa tomar uma posição sobre qual seria o tipo de sistema de saúde a adoptar”.

Valorizar o voluntariado

“A partir das contribuições levadas ao nosso congresso, qualquer pessoa poderá reconhecer que há muito para fazer” no sistema de saúde, referiu João Paulo Malta.

O médico deu como exemplo o papel do Estado polaco no reconhecimento e profissionalização do voluntariado.

“Em menos de trinta anos foram construídos cerca de 500 hospitais de cuidados continuados”, explicou o membro da Direcção Nacional da Associação de Médicos Católicos.

O governo da Polónia reconheceu a utilidade deste movimento da sociedade civil iniciado em 1981, e actualmente é um contribuinte líquido desse esforço voluntário, que ajuda centenas de milhares de pessoas.

“É uma experiência absolutamente notável, que está por fazer em Portugal”, acrescentou.

Sistema de saúde português entre os melhores do mundo

Apoiado nos dados de organismos internacionais, João Paulo Malta considera que os cuidados médicos em Portugal se situam a bom nível, quando comparados com outros países.

“Embora nós, como é típico dos portugueses, tenhamos a tendência de dizer mal de tudo o que é nosso, a verdade é que o sistema de saúde nacional é, desde 2002, reconhecido pelos índices de desenvolvimento humano das Nações Unidas como o 12.º melhor do mundo e o 5.º da Europa. Portanto não estamos assim tão mal como isso”, indicou.

“Todos nós estamos preocupados, sejamos católicos ou não, com a acessibilidade do sistema de saúde”, garantiu João Paulo Malta. “No nosso caso – continuou – já progredimos muito e temos que melhorar mais, mas não parece que tenhamos um problema muito grave em termos de acessibilidades, de tal forma que ele se traduzisse num agravamento dos índices internacionais que nos qualificam como um sistema bom”.

Ser médico à luz da mensagem cristã

A Associação dos Médicos Católicos Portugueses, fundada em 1915, tem como finalidade congregar os profissionais da medicina que desejam exercer a sua profissão à luz dos princípios cristãos.

Além das actividades programadas por cada núcleo diocesano, a Associação continuará a publicação da «Acção Médica», a revista da especialidade mais antiga em Portugal, e manterá a sua colaboração na assistência aos peregrinos que se deslocam a Fátima nas datas de maior afluência.

O sector de Lisboa vai realizar, até Maio de 2010, sete sessões públicas, onde médicos, teólogos e outros profissionais debaterão temas relacionados com a ética e a saúde. Os encontros ocorrerão na paróquia do Campo Grande.

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