Lisboa, 29 jun 2011 (Ecclesia) – O Vaticano anunciou esta terça-feira a descoberta de um fresco do apóstolo São Paulo, que terá sido executado nos primeiros anos do século VI, nas catacumbas de São Januário (Gennaro), na cidade italiana de Nápoles.
Num artigo do jornal do Vaticano, citado pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), qualifica-se o achado como “sensacional”, recordando que há um ano foi encontrado nas catacumbas de Santa Tecla, em Roma, um conjunto de imagens dos apóstolos Pedro, Paulo, João e André.
O presidente da Comissão Pontifícia da Arqueologia Sacra, o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, assinala, no texto escrito para o ‘Osservatore Romano’ que o fresco, encontrado após a restauração de um nicho fúnebre, “é um dos mais intensos da antiguidade tardia, antes de o apóstolo se tornar um ícone da civilização bizantina”.
A descoberta, que ocorreu durante o restauro promovido pela Comissão Pontifícia, com o apoio da arquidiocese e comunidade napolitana, “enriquece e define” a “compreensão da evolução iconográfica do príncipe dos apóstolos, iniciada em Roma no fim do século IV e difundida a partir de então em todo o mundo cristão antigo”.
“Neste contexto, a figura de Paulo representa iconograficamente os sugestivos cruzamentos da cultura e identidade judaica, romana e grega que ele incarnou e que caracterizou o seu trabalho e atividade missionária em todo o Mediterrâneo”, prossegue o cardeal Ravasi.
A imagem mais antiga de São Paulo, datada do séc. IV, encontra-se nas referidas catacumbas de Santa Tecla, Roma.
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