Arte contribui para a edificação de uma sociedade aberta aos ideais do espírito, diz o Papa

Bento XVI recebeu na passada Quinta-feira, em audiência particular, o presidente da República italiana, Giorgio Napolitano. Segundo comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, o encontro durou quinze minutos e foi caracterizado por um clima de viva cordialidade; foram abordados temas de grande actualidade e o discurso que o papa proferiu na sede da ONU, em Nova Iorque. Entre os temas, lê-se na nota, destacam-se: a dignidade da pessoa humana, os fundamentos dos direitos do homem, o empenho da comunidade internacional na protecção e na promoção dos direitos humanos; e o diálogo entre fé e razão a serviço do crescimento integral da pessoa e do desenvolvimento harmónico da comunidade humana. O presidente Napolitano expressou ao Papa, em nome do povo italiano, as suas congratulações pelos três anos de profícuo Pontificado e suas felicitações pelos seus 81 anos de vida, comemorados no último dia 17. Bento XVI, por sua vez, renovou a expressão de seus sentimentos de afecto e de participação na vida do “amado povo italiano”, assegurando sua constante oração e solidariedade. Depois do encontro com o presidente da República da Itália, Bento XVI assistiu, na Sala Paulo VI, ao concerto oferecido pelo presidente Giorgio Napolitano por ocasião do terceiro aniversário de Pontificado e pelos 81 anos de vida do Papa. O coral e a orquestra sinfónica “Giuseppe Verdi” de Milão foram dirigidos, respectivamente, por Oleg Caetani e Erina Gambarini. Foram executadas músicas de Berio, Brahms e Beethoven. No final do concerto, o Papa dirigiu sua palavra aos presentes. Ele agradeceu ao presidente da República italiana pelo “precioso” presente de aniversário e de Pontificado; expressou os seus agradecimentos também ao coral e à orquestra sinfónica de Milão, que tocaram e cantaram com extraordinário talento e eficácia. Bento XVI expressou sua gratidão à benemérita Fundação “Giuseppe Verdi”, encorajando os seus membros a prosseguirem no seu prestigioso percurso artístico e cultural, levando a música a situações de dificuldade humana, como em hospitais e prisões. Referindo-se aos trechos musicais executados, o Papa destacou, de modo particular, a música de Brahms, de considerável valor espiritual e artístico, que infunde esperança no espírito humano, tão ferido pelas condições adversas da vida terrena. Recordando o profundo parentesco existente entre a música e a esperança, entre o canto e a vida eterna, Bento XVI afirmou: “Não é por acaso que a tradição cristã representa figuras felizes que cantam em coro, extasiados com a beleza de Deus. Mas a autêntica arte, como a oração, não deve ser estranha na realidade de cada dia; pelo contrário, ela a irriga e a faz germinar, a fim de produzir frutos de bem e de paz”. As magistrais interpretações que acabamos de ouvir, disse ainda o Papa, recordam o valor e a importância universal do património artístico; de tal património podemos extrair sempre novas inspirações para a construção de um mundo de justiça e solidariedade, valorizando o serviço do homem e as muitas expressões da cultura mundial. Falando da importância que reveste a educação à autêntica beleza para a formação da juventude, Bento XVI afirmou: “A arte no seu conjunto contribui para aperfeiçoar seu ânimo e para a edificação de uma sociedade aberta aos ideais do espírito”. Neste sentido, disse por fim, a Itália, com o seu excepcional património artístico, pode representar um papel importante no mundo, como mensageira universal de todos aqueles valores que a arte exprime e promove. A alegria do canto e da música, concluiu Bento XVI, são um constante convite aos cristãos e aos homens de boa vontade a comprometerem-se em oferecer à humanidade um futuro rico de esperança.

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