Arciprestado de Viana cumpriu peregrinação ao Sagrado Coração de Jesus

A peregrinação das 42 comunidades cristãs do arciprestado de Viana do Castelo ao Sagrado Coração de Jesus, cujo templo se situa no alto do Monte de Santa Luzia, serviu para o Bispo Diocesano reiterar a necessidade do aprofundamento das verdades das fé para evangelizar a moderna cultura deste tempo. Ao longo de uma parte da manhã e apesar dos fortes chuveiros que se fizeram sentir nas primeiras horas e à saída da peregrinação, o monte encheu-se de novos sons, dos quais sobressaia o canto ritmado de avé-marias, entrecortadas com cânticos ao Sagrado Coração de Jesus, não numa cacofonia, mas numa expressão de diversidade na unidade desta Igreja que peregrina no Alto Minho. A chuva retirou muita gente, mas, ainda assim, foram milhares os que cumpriram esta peregrinação de gratidão ao Sagrado Coração de Jesus que preservou o concelho de «fulminante epidemia». Durante a homilia da celebração, o Bispo de Viana do Castelo centrou a sua reflexão na necessidade dos católicos reverem as suas convicções e a forma como expressam a sua fé juntos dos seus contemporâneos. «A cultura contemporânea (moderna ou pós-moderna) obriga-nos a profunda revisão das nossas convicções religiosas e a aperfeiçoar a maneira como exprimimos a fé cristã e católica» porque «o poder de que dispõe a comunicação social (média) no formar ou deformar da opinião pública, o secularismo apresentado e vivido como ideologia, fizeram com que o testemunho cristão se sinta na obrigação de ‘saber dar e transmitir as razões da sua fé’, as razões da sua conduta religiosa», explicou o Bispo Diocesano convidando os cristãos, em particular os «mais capazes e dos mais comprometidos em Igreja» a aprofundarem cultura em geral cultura religiosa em especial. Neste capítulo, aos leigos está reservada uma missão de singular importância na evangelização deste tempo. «Sois vós -argumentou o Prelado- quem ocupa o lugar destacado do palco da vida onde se desenrola essa cultura, sois actores e espectadores quotidianos do novo mundo, dos novos tempos, dos novos valores e contravalores emergentes». «Vós, melhor do que ninguém, -prosseguiu- podeis marcar presença junto dos vossos contemporâneos porque conheceis e utilizais a mesma linguagem, usufruís das mesmas ou semelhantes experiências de vida, ao nível pessoal e familiar, no mundo do trabalho, da produção e consumo, dos locais de lazer e recreio, do sagrado e do profano. Tendes a experiência do positivo e do negativo da modernidade». Aproveitar esta «mais valia» requerer, segundo o Prelado vianense, «grande disponibilidade e generosidade para adquirir um conhecimento mais alargado dos fundamentos da fé, das «verdades permanentes» da nossa crença, dos valores cristãos que não mudam com os tempos». Esta é a única forma de «relativizar o que é acidental e mutável, e de testemunhar os valores permanentes e imutáveis», num trabalho de «inculturação» valores cristãos na cultura moderna, «missão indispensável para a evangelização do nosso tempo». Neste caminho de formação cristã, a família tem um «lugar insubstituível», chamou atenção D. José Pedreira, pelo «testemunho de vida e pela palavra». Sem esquecer o «drama» de situações dolorosas na sequência de divórcios, família monoparentais, famílias reconstituídas ou com filhos portadores de deficiência, D. José Pedreira sublinhou que o «matrimónio e a família constituem um dos bens mais preciosos da humanidade». Trilhado este caminho de formação os cristão do Alto Minho estarão mais preparados para enfrentar estes tempos, nomeadamente de «pluralismo religioso» em que um sadio «ecumenismo» favorecerá a «convivência» entre as pessoas, a «tolerância e respeito mútuo» pela vivência religiosa dos outros, a afirmação dos valores da nossa Igreja católica e a descoberta e assimilação daqueles valores de que essas outras Igrejas também são portadoras, concluiu o Prelado. D. José Pedreira finalizou exclarecendo que «o corte da amizade com Deus pode ser reabilitado pelo caminho do arrependimento e do perdão divino» e que é «a fé quem nos justifica diante de Deus, e não o cumprimento frio da lei, dos preceitos». Paulo Gomes, Notícias de Viana

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