Arcebispo de Braga pede a diplomados da UCP que «conservem a identidade»

O arcebispo de Braga incentivou ontem os novos diplomados pelo Núcleo Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa (UCP) a preservarem a identidade da “casa” onde estudaram, agora que vão começar um novo ciclo nas suas vidas, académicas ou profissionais. Com um discurso virado para o futuro, D. Jorge Ortiga – que presidiu à cerimónia de entrega dos diplomas do ano académico de 2006/07 – incentivou todos os presentes a serem corajosos e perseverantes «nos tempos que correm». Recordando que os «diplomas de licenciatura dão licença » aos seus portadores para passar «a representar a Universidade Católica» em qualquer área ou âmbito da sociedade, o patrono do Núcleo Regional de Braga lembrou o papel que todos aqueles fizeram formação na UCP devem desempenhar no futuro, tendo como matriz principal o carácter católico desta universidade. Tendo em conta que a UCP nasceu em Braga graças ao empenho de Jesuítas, o arcebispo de Braga recuperou uma intervenção recente que o Papa Bento XVI fez há poucas semanas, precisamente à Companhia de Jesus. «Conservem de forma clara a vossa identidade, para que não pareçam ambíguos nem obscuros. Segundo D. Jorge Ortiga, faz todo o sentido recuperar e dirigir à UCP esta declaração que Papa fez aos Jesuítas. «Nos tempos que correm, a caminhada afigura-se cheia de dificuldades, por isso impõe- se que a identidade da Universidade Católica seja clara e nada ambígua nem obscura. Como diz o povo, para a frente é o caminho», salientou o arcebispo. Aproveitando o facto de, antes da entrega dos diplomas ter sido lida a passagem do Evangelho de S. Mateus que faz referência à parábola dos talentos, D. Jorge salientou que «a vida é o maior talento que Deus dá» e que as pessoas recebem outros ao longo da vida, como é o caso de um diploma universitário. Assim, o prelado incentivou os novos diplomados a usarem este novo talento da melhor forma possível. «Os talentos podem ser enterrados, podem também ser usados de forma egoísta para coisas próprias, mas o mais importante é que esse talento seja negociado, no sentido do bem comum. Um diploma é uma oportunidade para crescer cada vez mais, não é uma conclusão, mas um abrir de perspectivas; é uma porta que se abre para servir a humanidade, na procura de um mundo cada vez mais justo», destacou. D. Jorge fez votos para que a bênção dos diplomas coloque no coração dos novos diplomados uma constante «insatisfação interior e vontade de fazer um mundo cada vez mais justo e melhor». Evocação de Craveiro da Silva O Reitor da Universidade Católica, que veio propositadamente a Braga para assistir à cerimónia de entrega dos diplomas, fê-lo com «grande gosto» e também como uma forma de «pagar uma dívida de gratidão que a Universidade Católica tem para com o Centro de Braga», pólo fundador da UCP. Manuel Braga da Cruz aproveitou ainda para evocar a memória de Lúcio Craveiro da Silva, falecido recentemente. «Um académico e um homem da cultura, que fez parte de uma notável geração de Jesuítas, que esteve na Universidade Católica e ajudou a fundar outras no país, como a Universidade do Minho e a Universidade de Évora. Por isso, tinha que expressar a minha admiração e gratidão a Lúcio Craveiro da Silva », referiu. Voltando a abordar a questão da falta de financiamento por parte do Estado, Braga da Cruz agradeceu a «todos os amigos e parceiros» que tornam possível a subsistência da UCP, como alternativa ao ensino superior público. «Demonstrando um desrespeito pela liberdade constitucional do ensino, o Estado tem-nos obrigado a sobrecarregar duplamente os estudantes que, livremente, escolheram esta universidade. Por isso, tenho que dirigir uma palavra de apreço às famílias dos alunos que optaram pela Católica », notou. Ímpar no posicionamento Fátima Oliveira, licenciada em Estudos Artísticos e Culturais, e contemplada com o prémio da melhor aluna de 2007, destacou o «posicionamento ímpar da Universidade Católica ao nível das relações de proximidade e de disponibilidade total dos professores, bem como de todos os funcionários». A recém-licenciada disse falar com conhecimento de causa, pelas passagens em diversos establecimentos de ensino superior, como a Universidade Nova de Lisboa, do Minho ou do Porto, onde afirmou ter encontrado ambientes mais impessoais.

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