Arcebispo de Braga anuncia centro para a pastoral universitária

O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, anunciou ontem que a diocese vai construir um centro universitário no perímetro do campus da Universidade do Minho (UM), em Braga, para dar «profundidade à presença da Pastoral Universitária » junto da comunidade docente e discente. O prelado, que presidiu à cerimónia de abertura solene das aulas do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa (UCP), destacou na sua intervenção a necessidade da Igreja da Arquidiocese investir na área da humanização dos universitários (alunos e professores) através de uma presença «mais efectiva». D. Jorge Ortiga não escondeu ter reflectido para a «extensa realidade universitária da Arquidiocese» e concluiu que existe «uma necessidade profunda da presença da Igreja, de uma forma muito mais vincada, nesta área da pastoral». D. Jorge Ortiga indicou que foi necessário ultrapassar «muita burocracia», não da UM mas dos ministérios das Finanças e da Ciência e do Ensino Superior, mas que, finalmente, foi dada luz verde para erguer uma obra desejada há muitos anos pela Arquidiocese. O Arcebispo Primaz revelou que a estrutura, a construir de raiz, vai funcionar autonomamente da universidade e será como que «um centro de encontro religioso, de convívio fraterno e de formação humana e espiritual», dedicado «tanto à população universitária docente como discente », acrescentou. Para o prelado bracarense, a Pastoral Universitária visa «dar uma orientação mais humana à formação académica que os jovens adquirem na universidade», apontando que esse será «o objectivo primordial» do futuro centro universitário. No final da cerimónia, D. Jorge explicou que este equipamento não vai nascer num terreno dado pela universidade à diocese. «A paróquia de Gualtar era proprietária de um terreno que foi destinado à UM, sendo que, nas negociações, ficou estipulado que a cedência do espaço à universidade implicava que uma parte fosse destinada à criação de um centro universitário católico», descreveu o prelado. O Arcebispo de Braga espera poder avançar para a construção do centro «ainda este ano», sendo que o mesmo «dará corpo e consistência da Pastoral Universitária». «Universidade não é segundo banco da catequese» «Não somos um segundo banco de catequese» assim se referiu à Universidade Católica Portuguesa (UCP) o presidente da Comissão Instaladora do Centro Regional de Braga, Pio Gonçalo Alves de Sousa. Para o cónego bracarense, a UCP é «uma universidade que cultiva o rigor» e que pauta a qualidade das relações humanas pelo «respeito à verdade», sem esconder a sua filiação na Igreja Católica. Apesar da falta de apoios financeiros estatais, «a avaliação que faz a sociedade é claramente positiva», afirmou o presidente do Centro Regional não fosse exemplo disso «os cerca de 1.300 alunos» do pólo bracarense que se vêm «obrigados a suportar o esforço financeiro que o Estado nos obriga a impor aos nossos alunos», referiu aos presentes na cerimónia de abertura solene das aulas. Nesta sessão – cuja “Oração de Sapiência” foi proferida pelo catedrático Jorge Coutinho (ver edição de hoje do suplemento de Cultura) –, João Duque, que, recentemente, tomou posse no cargo de director adjunto da Faculdade de Teologia, deu a conhecer as actividades desenvolvidas pela mesma faculdade no ano transacto. Salientou a aplicação total do modelo de Bolonha nos cursos de Teologia, Ciências Religiosas, Habilitação Pedagógica Complementar, na pós- -graduação em Direito Matrimonial Canónico e no mestrado em Ciências Religiosas. Para o leigo que dirige a Faculdade, o Curso Teológico- Pastoral, que decorreu em Vila do Conde e em Vila Nova de Famalicão, já é uma «instituição na Arquidiocese» e é, igualmente, um grande contributo da Faculdade para a «formação cristã de todos os que pretendem aprofundar aquilo que receberam pela tradição». Por sua vez, o padre Alfredo Dinis, director da Faculdade de Filosofia, referiu-se ao novo curso de Ciências da Informação e da Documentação que entrou em leccionação bem como à reestruturação dos cursos da área da Psicologia e Ciências da Comunicação. Ressaltou, com alegria, a atribuição do Prémio Internacional de Linguística ao docente daquela Faculdade, Augusto Santos Silva. Anunciou e congratulou-se com os enormes esforços exercidos na «assinatura e criação de protocolos e parcerias com outras instituições» que visam melhorar quer o presente quer o futuro da Faculdade de Filosofia. Quanto à mais recente faculdade do Centro Regional de Braga, a Faculdade de Ciências Sociais, Maria Graça Alves, referiu, igualmente, a implementação do modelo de Bolonha. Para a directora da Faculdade, isso obrigou «a uma reestruturação dos “curricula” e a uma aplicação de modelos de transição ». Sobre números, referiu que, no passado ano, as matrículas de novos alunos «subiram 15 por cento». Referiu, ainda, a estreita «colaboração com a Arquidiocese» que resultou no “Diagnóstico sobre a Acção Social da Igreja de Braga” e que, no ano transacto, no âmbito da temática do plano pastoral, Família Solidária, levou à promoção de um Fórum de Instituições que serviu de plataforma para a continuidade do trabalho sobre a “Rede de Serviços e Equipamentos Sociais da Arquidiocese de Braga”.

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