Aproximar os seminaristas das comunidades

Semana dos Seminários chegou ao fim com momentos de proximidade e esclarecimento sobre esta realidade Ao longo de uma semana, a Igreja esteve voltada de forma especial para os Seminários. Instituições que apresentam uma realidade, concebida como diferente, distante, mas envolta também em desconhecimento. A Semana dos Seminários encerrou no passado dia 18, mas não o seu trabalho. A valorização do ministério sacerdotal esteve no centro da mensagem, assim como o despertar de novas vocações para este ministério. O Pe. Jorge Guarda, animador vocacional na diocese de Leiria-Fátima manifesta que esta é uma temática que toca de especial forma os responsáveis pela Igreja: bispos, padres, a própria equipa formadora do seminário. No entanto frisa que esta preocupação “alastra aos leigos mais empenhados nas comunidades”, uma sensibilidade que “vai crescendo”, explica à Agência ECCLESIA. Em Ourém, numa vigília vocacional, o Bispo D. António Marto apelou para que esta temática se insira na dinâmica do ano – Testemunhas da ternura de Deus. Um dos sinais da ternura de Deus são de facto “as vocações sacerdotais”. A mensagem do Bispo, pretende acentuar que Cristo não retira, “mas dá antes tudo”. Quem é interpelado para esta vocação, como os sacerdotes, “ganha uma qualidade de vida em Cristo inigualável”, afirma o Pe. Jorge Guarda. No ano passado, D. António Marto apelou a toda a diocese para que descobrisse a alegria e beleza da vocação cristã. Este ano, o desafio continua, desenvolvendo a temática do “nosso acolhimento a Deus” e dentro do programa do ano, num ritmo mensal. Para isso estão organizadas vigílias, em cada uma das vigararias, destinada a jovens e adolescentes, sempre presididas pelo Bispo diocesano. A presença do pastor diocesano visa, fazer sentir nos jovens “o carinho e ternura do Bispo por eles, também porque estão numa fase crucial em que a reflexão sobre o futuro se coloca”, adianta. A diocese quer ir ao encontro dos jovens e adolescentes para que “acolham o apelo de Deus”. A postura de proximidade de D. António Marto é “muito significativa”, valoriza. Em Braga, o Seminário abriu as portas aos jovens da diocese. E porque é importante desmistificar ideias preconcebidas sobre os seminários, 120 jovens entraram pelo Seminário Menor de Braga, para o conhecerem na realidade. “Percebemos que os jovens tinham uma ideia muito errada e distorcida do que é o Seminário e da vocação, em especial da vocação consagrada”, explica Pe. Avelino Amorim, coordenador diocesano da pastoral das Vocações e reitor do Seminário Menor de Braga. Um convento fechado, com grades, onde não há liberdade ou não se pode sair, foram imagens manifestadas pelos jovens. No final, “quase todos tinham vontade de voltar a visitar as instalações do Seminário”, garante o reitor, pois ficaram com uma ideia de família que vive junta e procura “escutar a voz de Deus e perceber esse chamamento”. Os seminaristas “são jovens desta sociedade e tempo”, que sentem o apelo a algo mais e “não alguém de outro contexto”, sublinha. Com o decorrer da visita, “fomos percebendo algumas dificuldades para que eles se coloquem disponíveis a uma possível incursão no Seminário”. O Pe. Avelino Amorim aponta barreiras que impedem o “seguimento do apelo que alguns vão sentindo”. Os núcleos familiares pequenos, por exemplo, “impedem o apelo à vocação sacerdotal”. Esta foi uma semana com uma maior preocupação sobre os seminários e vocações. Mas o coordenador da pastoral vocacional de Braga afirma que “deve ser constante no ano e ao longo dos anos”, admite. Nesse sentido, as portas do Seminário irão abri-se mais vezes, para aproximar a instituição dos jovens. E acrescenta que este deve ser um trabalho a realizar em conjunto com a catequese e pastoral juvenil. Também o Pe. Jorge Madureira, Director do Secretariado da Pastoral das Vocações do Porto, admite que as gerações mais velhas têm também “algum desconhecimento” sobre a realidade dos seminários. O sacerdote aponta que a realidade não é a mesmo que há décadas atrás, “a partir sobretudo de um documento assinado por João Paulo II – Dar-vos-ei pastores”. É preciso estabelecer o contacto e “perceber que são espaços da igreja” e situá-la no tempo, pois “os seminários actuais existem para formar padres deste tempo”. Com o objectivo de aproximar e dar a conhecer esta realidade aos jovens, foi promovido um encontro com os acólitos da diocese, que só por si, “é já um contacto para uma realidade vocacional”. Este foi um “encontro para estabelecer pontes, conhecimentos e gerar uma interacção”. O Director do Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações, sobre esta semana dedicada aos seminários, dá conta do trabalho que se vai processando nas paróquias. Existe uma “mobilização das pessoas e um trabalho crescendo, com afinco e entusiasmo”. Os momentos de oração foram especialmente acentuados, onde se “foi convidando todas as comunidades a estarem presentes”. O Pe. Jorge Madureira afirma que este foi também um tempo para se criar equipas paroquiais de pastoral vocacional, “alargando a responsabilidade desta pastoral”. Resulta, portanto, de um dinamismo que “procuramos implementar” ao longo do ano. “É uma semana que não pode ser desligada de todo o trabalho que se faz durante o resto do ano”, sublinha, pois até mesmo as propostas no guião da semana, não perdem a validade.

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