Aproveitar formação dos antigos alunos dos Seminários

Contexto actual pede optimização dos serviços e acções concertadas ao serviço da evangelização, diz Pe. Armindo Janeiro A Igreja deve aproveitar a formação e as competências dos antigos alunos de Seminários. Esta certeza nasce da impossibilidade de a instituição Igreja “chegar a todos os lados” e haver muito trabalho para fazer. Esta análise é partilhada à Agência ECCLESIA pelo Pe. Armindo Janeiro, Reitor do Seminário Diocesano de Leiria – Fátima Presidente da Comissão organizadora do I Congresso dos Antigos Alunos dos Seminários. “Há muito trabalho onde a instituição Igreja não chega por si própria”. O Pe. Armindo sublinha Janeiro que este quadro dependerá de cada realidade específica, mas “é necessário perceber que estamos num momento de viragem, onde os modos de funcionamento habituais estão esgotados. Há uma realidade nova que espera nova resposta”, sublinha. Este sacerdote explica ser preciso “discernir o que é específico do ministério ordenado”. “Temos de nos dedicar à oração e pregação e dar aos leigos e aos diáconos competências para o restante serviço”. A sociedade actual pede aos padres competências organizativas que “alguns não têm, nem têm de ter”. O Pe. Armindo Janeiro acredita que os sacerdotes devem estar livres para “assumir o que é específico e o que é uma necessidade para os dias de hoje”. Os antigos alunos dos seminários, por mais ou menos tempo que estiveram nas instituições formativas, “têm competências que poderiam optimizar, estando ao serviço da Igreja”. Na actual situação, o Reitor do Seminário diocesano de Leiria – Fátima afirma que a Igreja tem de usar “todos os seus recursos para prestar à sociedade um novo serviço que é pedido. O anúncio é o mesmo, mas é preciso fazê-lo com novos meios e energia renovada”. Se a Igreja deve aproveitar melhor as competências destes leigos, também “pela sua condição baptismal, ao antigos alunos não devem esperar uma convocação. Todos somos protagonistas do trabalho de evangelização”. O documento de conclusões do I Congresso de antigos alunos de Seminários aponta que mais de 67 mil pessoas foram formadas nesta instituição. Uma aprendizagem que constituiu “um contributo significativo à formação cívica e cristã de muitos jovens” que deve ser posta ao serviço do “desafio premente da nova evangelização”. O estudo da UCP apresentado no congresso mostra que os antigos alunos dos seminários são professores, gestores, empresários, advogados, juízes, magistrados, procuradores e também bancários, havendo alguns protagonistas na sociedade civil portuguesa. Um contributo cívico prestado por diversas personalidades que deveria ser igualmente posto ao serviço da Igreja. O Congresso concluiu ainda que na sociedade fragmentada, “sem consensos éticos básicos, minada pela cultura do vazio de ideais e de valores, os Seminários devem ser escolas onde se aprende com rigor e profundidade, com vista a poder servir com dedicação, perseverança e mostrar os valores do humanismo cristão”. Foram dados contributos para definir modelos de Seminário que dêem resposta à necessidade de formar sacerdotes com uma nova cultura de vocação, realmente missionários e evangelizadores, preparados para, nesta cultura pós moderna, “se reencontrarem consigo mesmos e se abrirem ao seu semelhante e ao Amor de Deus”. O Pe. Armindo Janeiro admite que está em causa um trabalho de mediação. “Se atendermos à média, agora estamos muito melhor, porque a taxa dos seminaristas ordenados é superior à de antigamente”. O sacerdote explica que “somos menos e há mais certezas”. O Seminário diocesano de Leiria – Fátima foi, originalmente, idealizado para 250 alunos. “Chegou a ter 280, mas actualmente não tem mais de 60”. A formação no Séc. XX foi uma resposta à sociedade da época. “Hoje a resposta que precisamos deve também ser adequada à época vigente”. Este é um trabalho que “existe”, é “discreto mas intenso” e que precisa de “aprofundamento das mediações”. O sacerdote preconiza um esforço de aproximação entre a instituição da diocese e os dinamismos que lança para apresentar o ministério. “Importa encontrar formas de nos aproximar-mos dos jovens”. A juventude “sempre foi generosa”, o contexto cultural é que “pode bloquear esta generosidade”. “É um trabalho de mediações que hoje está em causa”, seja da comunidade cristã, das famílias, dos serviços pastorais. “Falta apurar as melhores formas de mediação entre o apelo de Deus e a generosidade dos jovens”, traduz o Reitor do seminário diocesano. O I Congresso foi “um estímulo para se trabalhar”. O Pe. Armindo afirma que terminado o encontro, “muitos saíram do congresso com vontade de se comprometer efectivamente”. Este será o primeiro nível do trabalho lançado a partir destes dias que reuniram em Fátima mais de 300 participantes. Foi também pedido uma maior dinamização das associações de antigos alunos de seminários diocesanos e religiosos. “É preciso um compromisso organizativo e de abertura à diocese, numa relação próxima com o bispo”. Por último, as estruturas de partilha entre as associações devem continuar a apostar no trabalho de motivação nacional. Notícias relacionadas Mais de 67 mil devem formação aos seminários

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top