Apesar dos espinhos, as famílias fazem festa

Mais de 1700 participantes foram ao Entroncamento, num fim-de-semana de reflexão e celebração, para dizer que confiam no futuro Ano após ano, a Festa da Família continua a crescer e a mostrar que os espinhos da sociedade contemporânea não diminuem o interesse que os casais portugueses manifestam neste tipo de actividades. Durante três dias – 24 a 26 de Abril -, famílias dos mais variados pontos do país assentaram arraiais no Quartel Militar – Regimento de Manutenção – do Entroncamento (diocese de Santarém) e deixaram um sinal bem visível: “A família tem saúde e futuro” – disse à Agência ECCLESIA, Licínia Morgado, uma das coordenadoras desta iniciativa. O número crescente de participantes é uma realidade porque “as famílias convidam-se uma às outras”. Com cerca de 1700 participantes – dos quais três centenas eram jovens -, esta coordenadora sublinha que o espaço é muito diversificado. “É uma das nossas preocupações porque queremos que os pais estejam concentrados para aprender e os filhos tenham espaços para brincar”. António e Cristina – um casal participante – disseram que o encontro é “muito útil para o nosso crescimento”. E acrescenta logo de seguida: “não devia ser apenas um mas vários ao longo do ano”. Esta iniciativa foi promovida pela Paróquia da Sagrada Família do Entroncamento e teve como ponto central a expressão do salmista «Quem nos fará ver a felicidade?» Com um espaço amplo e muito verde a rodear os participantes, na Festa da Família conviveram várias gerações. A organização criou espaços para que as famílias possam estar juntas, respeitando as diferenças geracionais. Licínia Morgado lamenta à Agência ECCLESIA que faltam espaços para dialogar no mundo actual. “Existem encontros de jovens, mas só para jovens; outros encontros para casais mas onde só vão os pais. Falta a unidade no mesmo espaço e nos mesmos dias”, aponta, afirmado que a Festa da Família quer proporcionar o encontro familiar mas também “o de encontro da família cristã”. Para além dos espaços formativos, vários stands e locais de recolhimento ajudaram as pessoas a viverem o tempo em família. Francisco Sarsfield Cabral (Economista); Zita Seabra (Deputada do Parlamento); Ana Conde (Psicóloga); Eugénio Fonseca (Caritas Nacional), Pe. Adérito Barbosa (Escritor), Tereza Ameal; Eugénia Ricciardi (Federação Portuguesa de Defesa da Vida); Pe. Domingos Terra (Jesuíta) e Luis Mendes (Enólogo) foram alguns dos conferencistas. Estes peritos nas diversas áreas ajudaram os pais na vertente educativa. “Existem males que nos entram na casa dentro sem nos perguntarem. Basta carregar num botão e surge o contra-valor” – salienta Licínia Morgado. Apesar da família “estar em crise, ela ainda existe” – acrescentou a coordenadora. O mundo “necessita de saber que a realidade familiar é uma fonte de solidez”. Questionada por algumas crianças que faziam trabalhos de entretenimento, Licínia Morgado respondeu que “ser feliz é amar” e considera-se uma mulher feliz porque “tem uma família que a ama e ela ama”. Depois deste testemunho ouvi as crianças a comentar: “é muito bom ser feliz na família”. O Pe. António Vicente, pároco do Entroncamento e mentor da Festa da Família, sublinhou à Agência ECCLESIA que quem participa vai mais enriquecido. “Não só por aquilo que se ouve mas por aquilo que se leva”. Festa dos gémeos A Festa da Família organiza, pela primeira vez, o encontro de irmãos gémeos, numa parceria entre a associação das Famílias Numerosas e a Associação de Gémeos. Enquanto D. Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa, assinava o livro «Ribeiros de Esperança», os gémeos presentes deram o seu testemunho e contaram histórias de infância. Neste grupo estava o Pe. António Vicente e o seu irmão gémeo. Aliás, os dois párocos da cidade do Entroncamento têm irmãos gémeos. “Nesta iniciativa pretendemos olhar para uma realidade que se torna cada vez mais comum do que se pensa”. Por outro lado, nota-se que as pessoas têm muita curiosidade em saber como é a vida dos gémeos. “Nós que o experimentamos podemos relatar os episódios com graça” – disse o Pe. António Vicente.

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