Anunciar Jesus onde não é bem-vindo

Está no auge da sua realização, em Castel Gandolfo (Roma), o Congresso “Igreja hoje. Espiritualidade de comunhão e diálogo”, com a participação de mais de mil sacerdotes – em grande parte jovens –, diáconos e seminaristas provenientes de 50 Países de todos os continentes. Entre os participantes estão também três bispos. Com a manhã de ontem, o Congresso atingiu o núcleo central. Unidade, comunhão e reciprocidade permanecerão uma utopia se não lançarem as suas raízes num amor que tem como medida o dom radical de Jesus na cruz. Disto mesmo falaram dois párocos que conseguiram suscitar numerosas conversões em ambientes bastantes adversos à vida eclesial. Natalia Dallapiccola, primeira companheira de Chiara Lubich, falou sobre a vida dos primeiros tempos do Movimento dos Focolares, através da qual descobriram o abandono de Jesus como caminho para a unidade e aprenderam a dar a própria vida pela fraternidade universal. Em seguida, algumas tocantes experiências: a de um sacerdote italiano que, no Brasil, se empenhou no serviço aos “meninos da rua” e a de um sacerdote suíço que teve a coragem de contar a experiência de uma sua crise afetiva resolvida com ajuda dos seus colegas. A celebração da Eucaristia foi presidida por D. Gian Carlo Bregantini, Bispo de Locri, na Calábria, testemunha de coragem evangélica na luta contra a criminalidade organizada. Quarta-feira, depois dos testemunhos de representantes de várias áreas geográficas e de intervenções de especialistas sobre os desafios e as esperanças que se colocam ao homem e ao crente de hoje, a mensagem de Chiara Lubich, fundadora dos Focolares – que propôs Jesus crucificado como modelo para o sacerdote e como caminho para o diálogo – suscitou um particular interesse. Pe. Silvano Cola, de há muito responsável pelo Movimento sacerdotal dos Focolares, falando do significado que a espiritualidade da unidade tem para a vida dos sacerdotes, propôs três reflexões que são também escolhas de vida: descobrir Deus-Amor como o “tudo” da experiência cristã, saber ver a todos como filhos de Deus, concentrar a própria vida em Jesus crucificado que, mesmo no momento da sua separação do Pai, se doa de novo a Ele por amor. A tarde tinha iniciado com Giuseppe Maria Zanghì, responsável pelo Centro de Estudos do Movimento, que falou acerca da passagem epocal de uma espiritualidade e visão do homem prevalecentemente individual, para uma visão que alarga a interioridade do indivíduo em direcção a uma comunhão com cada homem e com cada mulher. Na tarde de ontem foram explorados os caminhos de uma pastoral de comunhão. Seguirá um concerto-testemunho dedicado à figura do Card. Van Thuan, bispo vietnamita prisioneiro durante 13 anos, que foi presidente do Pontifício Conselho Iustitia et Pax, falecido no ano de 2002: um dos numerosos momentos artísticos do Congresso que tanto entusiasmam os participantes. Hoje de manhã, Pasquale Foresi, primeiro focolarino sacerdote, falará sobre o tema “Uma nova escola de pensamento”. No final serão publicadas as conclusões.

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