Ano Vocacional na Diocese do Porto

Eu sou o Bom Pastor 1. Diante dos desafios e das dificuldades com que a Igreja se depara, pareceu útil à Diocese do Porto continuar a reflexão sobre a vocação, concretizando-a na Vocação Sacerdotal. Porque são inúmeras as questões sobre a missão e a vida dos padres, e muitos católicos têm ideias erradas, procura obter-se uma compreensão renovada e adequada desta questão, da vida nos Seminários e do ministério. Assim, em 15 de Janeiro de 2006, no encontro do SDPV com os Institutos de Vida Consagrada na Diocese, o Sr. D. Armindo Lopes Coelho, com a oração de Vésperas deu início ao Ano da Vocação Sacerdotal. Vem na sequência do Ano da Eucaristia e não pretende suplantar as prioridades e programas pastorais da Diocese e das comunidades paroquiais, mas quer ajudar a dar um sentido vocacional. Pretende, por um ano, dar prioridade à vocação sacerdotal, sensibilizando os jovens e todos os cristãos para o ministério presbiteral e criar todas as condições para que se verifique o apreço pela vocação sacerdotal. É uma necessidade real, porque em tempos de insuficiência vocacional torna-se necessário suscitar a sensibilidade dos mais jovens para a vocação sacerdotal, fazendo dela uma apresentação adequada, ajudando a descobrir a chave da vida do sacerdote: o amor a Jesus Cristo que o levou a segui-l’O e a servi-l’O no dom total da sua vida. 2. Iniciou-se no Domingo I da Quaresma uma Maratona de Oração, corrente ininterrupta, que faz urgir em todas as comunidades eclesiais o apelo ao Senhor da Messe para que desperte no coração dos jovens a fortaleza e generosidade para responder à sua vocação sacerdotal, para que sustente e alente, na fidelidade, generosidade e encanto a vocação dos seminaristas e de todos os presbíteros. E, esta é já uma rede efectiva, em que muitas comunidades se empenham numa oração diária, semanal, mensal. Outra actividade emblemática tem sido o amigo secreto. Continuam a chegar inscrições de grupos de catequese e de padres, no sentido de se implementar um intercâmbio de oração, conhecimento mútuo e amizade. A catequese torna-se vocacional e acontece nessa necessidade de expor dúvidas e curiosidades por parte dos catequizandos, e na expectativa de respostas e provocações do amigo secreto que se encontra à distância de uma carta ou de um endereço electrónico. Por esta actividade possibilita-se ao jovem um conhecimento mais amplo dos aspectos da vida sacerdotal. Ao padre permite partilhar o testemunho da sua vocação e missão. Folha Vocacional, guião, página na internet, oração e outras acções fazem veiculam solicitude, inquietação e esperança. “Temos verificado que a nossa proposta e apelo encontrou eco e aceitação colaborante na Diocese” (D. Armindo, Missa Crismal). 3. As comunidades eclesiais começam a dar-se conta que na figura do Padre se joga uma parte muito importante e decisiva da Igreja. De uma pastoral habitualmente circunscrita a uns poucos de âmbito sectorial e periférico, passa-se progressivamente a uma pastoral que tem a vocação como questão central. A diminuição do clero activo e o envelhecimento dos padres tem consequências para as comunidades eclesiais e para o próprio presbitério. As comunidades estão a ser convidadas a acolher o sentido autêntico do ministério presbiteral e a suscitar vocações, nomeadamente assumindo como responsabilidade própria a criação das condições necessárias para que não faltem aqueles que do seu seio possam acolher e responder ao chamamento. No novo contexto eclesial e cultural também se produzem olhares novos sobre o próprio presbitério e sobre a acção pastoral própria. Os párocos absorvidos pelas múltiplas actividades da sua missão pastoral sentem-se chamados a um equilíbrio necessário que passa pela união cada vez mais perfeita da fé pessoal com o ministério, conjugando a função de presidência mais institucional com o apelo a uma vida espiritual. A situação de escassez de clero tem sido ocasião para descobrir uma paróquia mais missionária, e que a missão eficaz só acontece a partir de um estilo de comunhão. O sacerdote sente-se chamado a uma compreensão da sua vocação e missão a partir do interior de uma sinfonia de carismas, vocações e ministérios. Aparece com outra luz o específico do ministério presbiteral e alarga-se o espaço para uma ministeralidade mais ampla, não apenas como uma exigência organizativa, mas como exigência teológica da dimensão sacramental da Igreja. Também as famílias cristãs têm reflectido a sua missão de vocação geradora de vocações e a reconhecer a necessidade de corrigir uma certa perda de estima relativamente à vocação sacerdotal, a par com uma difusa acção educativa. A todos os agentes pastorais tem sido pedida maior criatividade e coragem na proposta da vida sacerdotal e no acompanhamento até ao processo de decisão. A transmissão da fé não pode em nenhum momento distanciar-se da proposta vocacional, dirigida a todos em todas as épocas da vida, aberta a todas as vocações e ministérios através de toda a acção pastoral. Possa a voz deste chamamento encontrar eco no coração inquieto de muitos jovens. Pe. Jorge Madureira, Sec. Dioc. Pastoral das Vocações – Porto

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