Ano C – 18.º Domingo do Tempo Comum

Que bens dão sentido à vida?

Que atitude assumimos face aos bens deste mundo? Que bens dão verdadeiro sentido à nossa existência e nos garantem a vida em plenitude? São questões essenciais bem presentes na liturgia deste 18.º domingo do tempo comum.

A primeira leitura provoca-nos sobre o sem sentido de uma vida voltada para acumular bens e sugere a descoberta de Deus e dos seus valores, para encontramos aí o sentido último da nossa existência.

A segunda leitura convida-nos à identificação com Cristo: isso implica deixar os “deuses” que nos escravizam e renascer continuamente, até que em nós se manifeste o Homem Novo, que é “imagem de Deus”.

Na parábola do rico insensato no Evangelho, Jesus denuncia o fracasso de uma vida voltada apenas para os bens materiais: o homem que assim procede esqueceu aquilo que verdadeiramente dá sentido à existência.

Confrontado com um assunto de herança, Jesus declara-Se sem competência para julgar o caso, pois não é juiz, nem notário, nem advogado. Mas conhecendo bem o coração de Deus e o coração dos homens, aproveita a ocasião para indicar o sentido sobre as riquezas humanas.

Sabe que o coração do homem anda muitas vezes bem longe do coração de Deus, que o porta-moedas ou o cartão de crédito são parte sensível do ser humano, enquanto Deus não tem nada disso.

Jesus não é contra a riqueza, nem contra o progresso, nem contra o crescimento do nível de vida. Mas ser rico para si mesmo é deixar-se aprisionar pelo dinheiro. A vida da pessoa não depende das suas riquezas.

Hoje, que diria Jesus aos grandes poderosos e ricos do mundo, que não têm pejo em lançar para o desemprego milhares de pessoas sem saber qual o seu destino de vida? São pecados graves! Como diz o Papa Francisco, esta forma de economia do dinheiro mata!

Diz-se que é política. Mas trata-se primeiro do Evangelho! Cabe aos cristãos, a cada um de nós, testemunhar com a própria vida, com o próprio exemplo, e lutar contra este estado de coisas! Particularmente nesta altura em que os bens são mais escassos e exigem enorme atenção à partilha autêntica e solidária.

Onde acumulamos as nossas riquezas? E quais são estas riquezas? Que bens dão sentido à nossa vida?

À luz da parábola de Jesus, somos convidados a fazer o ponto da situação sobre as nossas prioridades na vida e a retificar, talvez, o nosso uso dos bens da terra.

A vida de uma pessoa e o seu valor real não se medem pelas suas riquezas. Estamos verdadeiramente conscientes disso?

Peçamos ao Senhor que fortifique em nós o desejo de sermos ricos aos olhos de Deus. Que Ele nos preserve da avidez do lucro e nos abra ao sentido da partilha.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

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