Algarve: «Artgilão Tavira», empresa paroquial para recuperar e rentabilizar o património religioso (c/vídeo e fotos)

Vinhos «Sete Cavaleiros do Castelo» são a grande novidade numa diversidade de produtos regionais

Foto: Agência ECCLESIA/PR

Tavira, 03 ago 2019 (Ecclesia) – As igrejas de Tavira, na Diocese do Algarve, fundaram a empresa ArtGilão com o objetivo de recuperar, salvaguardar e dinamizar o património religioso, por exemplo, através da venda de produtos como o novo vinho ‘Sete Cavaleiros do Castelo’.

“O vinho tem como objetivo aproximar a comunidade tavirense daquilo que é a paróquia e a vida da Igreja ao mais comum que é aquele que nos visita”, disse o padre Miguel Neto em declarações à Agência ECCLESIA.

Os vinhos ‘Sete Cavaleiros do Castelo’, que têm no rótulo a igreja de Santa Maria, são a “imagem de marca do projeto da ARTgilão Tavira”, destaca o pároco de Tavira sobre o produto que está disponível em tinto, branco e rosé, produzido pela Casa Santos Lima.

Para além de uma loja aberta ao público na igreja, o vinho pode ser adquirido num supermercado em Tavira ou consumido em alguns restaurantes, e a venda reverte para o gabinete de restauro da Artgilão.

A técnica de restauro Marta Pereira considera que o envolvimento da paróquia “é da maior importância”, por isso, considera “ótima” a iniciativa de “tentar angariar meios” e a nível profissional “uma oportunidade fantástica”.

“A maior parte das peças que recebemos estão em muito mau estado, foram muito intervencionadas também e nem sempre da melhor forma. Temos muito trabalho”, explica.

Durante a reportagem da Agência ECCLESIA, os técnicos estavam a preencher os “orifícios provocados pelo bicho da madeira” numa peça, para ficar “com uma leitura mais simples, correta” e também “mais bonita”.

A empresa paroquial comercializa diversos produtos da região como o sal, que é “ex-líbris da cidade”, furtos secos como “a amêndoa, o figo”, e “uma série de produtos com a imagem dos azulejos” da igreja, exemplificou o padre Miguel Neto, realçando sobre o vinho que em Tavira têm um “importante achado arqueológico fenício”.

O pároco, que é o gerente da ArtGilão – Atividades Religiosas e Turísticas de Tavira, contextualiza que o projeto nasceu com o “objetivo de rentabilizar o património”, nomeadamente, “abrir as igrejas a todos aqueles que visitam, que são imensos ao longo do ano”, e, com essas visitas, ajudar na conservação e no restauro, “tudo associado a uma marca de promoção turística”.

O município e a Santa Casa da Misericórdia de Tavira também estão envolvidos na recuperação do património; Alexandra Rufino lembra que a Misericórdia e a paróquia “uniram esforços” e o acordo feito há três anos “permite abrir os monumentos”.

Neste contexto, foram criados roteiros de visitas às igrejas de Tavira, que são propostos aos turistas todo o ano, três igrejas na zona histórica – Santa Maria, Santiago e a da Misericórdia – e a igreja de São Paulo já do outro lado do rio.

“Os nossos visitantes deixaram de procurar só praia e passaram a procurar também os nossos monumentos. O nosso projeto permitiu abrir pelo menos quatro onde visitam monumentos de épocas históricas diferentes”, desenvolveu Alexandra Rufino.

Um projeto das Paróquias de Tavira que proporciona o encontro e salvaguarda do património religioso que para o bispo do Algarve é um exemplo “inovador” mas “não único”.

“Temos de ser criativos também naquilo que diz respeito ao envolvimento de outras identidades, parcerias, para a recuperação daquele que é o património de todos. O que aconteceu em Tavira é o exemplo disso”, desenvolveu D. Manuel Quintas em declarações à Agência ECCLESIA.

PR/CB/OC

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