Ano C – 15º domingo do tempo comum

Vai ao encontro do próximo com amor e compaixão!

O Evangelho deste 15.º domingo do tempo comum diz-nos que o amor a Deus e ao próximo é que dá pleno sentido à vida, que em Deus é eterna. “Vai e faz o mesmo”, diz Jesus a cada um dos que querem seguir esse caminho. Faz o mesmo que o samaritano, herege e infiel segundo os padrões judaicos, mas que é capaz de deixar tudo para estender a mão a um irmão caído na berma da estrada.

A parábola do Bom Samaritano é tão conhecida que podemos perder o seu sabor e sentido para a nossa vida. Sabemos bem que Jesus muda a ordem das coisas: não se trata de saber quem é o meu próximo, mas de me fazer, eu próprio, o próximo de qualquer pessoa. Toda a pessoa torna-se próxima para mim, na medida em que eu a considero como um irmão.

Nesta parábola, Jesus não escolhe os protagonistas da história por acaso. O doutor da Lei que se dirige a Jesus é certamente conhecedor e fiel observante da Lei.

Jesus apresenta, em primeiro lugar, o exemplo de um sacerdote e um levita, dois especialistas do culto celebrado no Templo de Jerusalém. A Lei dá prescrições muito estritas aos responsáveis do culto de então. Deviam respeitar escrupulosamente as leis da pureza e, em particular, evitar a qualquer preço qualquer contato com os mortos, à exceção dos mais próximos da sua família. O sacerdote e o levita, além de não se aproximarem do infeliz ferido meio morto, afastaram-se dele, porque obedeciam à Lei.

Depois, Jesus coloca em cena um samaritano. O evangelista especifica: “os judeus não tinham relações com os samaritanos”. Este estrangeiro, este pária aos olhos dos judeus fiéis, não está encerrado no sistema da Lei. Pode encontrar a liberdade do amor sem fronteiras.

Eis a grande lição de Jesus. A Lei é boa, sem dúvida, mas com a condição de estar ao serviço do crescimento do amor. Vem a propósito outra passagem de Jesus: “o sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado”.

A Igreja promulgou numerosas leis, convidando-nos a respeitá-las. Por exemplo, é bom não faltar à missa ao domingo. E muito bem. Mas se, no resto da minha vida, esqueço as exigências evangélicas do amor, arrisco passar ao lado do meu irmão ferido e abandonado. Afinal, estou do lado do sacerdote e do levita, ou do lado do samaritano? É a mim, a cada um de nós, que Jesus diz: “Então vai e faz o mesmo”. Vai ao encontro do próximo, ama, tem compaixão!

Oxalá que as nossas comunidades não sejam uma espécie de clubes fechados e reservados a sócios, onde é proibida a entrada a estranhos, mas sejam comunidades de amor e compaixão, acolhedoras de todos sem exceção, onde todos se sentem amados e têm lugar, em particular aqueles que a vida atira para a berma da estrada.

Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org

 

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