Ano B – Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José

Que família somos nós?

A família de Jesus é exemplo e modelo para as nossas comunidades familiares, que devem viver numa atenção constante aos desafios de Deus e às necessidades dos irmãos. É o que nos apresenta a liturgia da Palavra deste Domingo da Sagrada Família, em pleno tempo de Natal.

A cena evangélica da apresentação de Jesus de Nazaré no templo de Jerusalém mostra uma família que escuta a Palavra de Deus e consagra a Deus a vida dos seus membros.

Na segunda leitura, vemos que o amor que deve brotar dos gestos dos que vivem em Cristo deve atingir de forma especial todos os que partilham o espaço familiar e traduzir-se em determinadas atitudes de misericórdia e caridade, de mansidão e compreensão, de perdão e bondade, de respeito e paciência, de partilha e serviço.

Como forma de concretizar esse amor de que fala São Paulo, a primeira leitura apresenta algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais: honra e obediência, amparo e caridade.

Voltando ao episódio do Evangelho, vemos como Maria e José perceberam que uma família que escuta a Palavra de Deus e procura responder aos seus desafios é uma família feliz, que encontra na Palavra indicações seguras acerca do caminho que deve percorrer, construindo sobre a rocha firme dos valores eternos. Encontramos tempo para reunir a família à volta da Palavra de Deus e para a partilhar em família?

Jesus é apresentado no templo e consagrado ao Senhor, seguindo a lei judaica para todo o primogénito. Nas nossas famílias cristãs há normalmente uma legítima preocupação em proporcionar aos filhos condições ótimas de vida, de educação, de acesso à instrução e aos cuidados essenciais. Mas nem sempre há preocupação semelhante no que diz respeito à formação na fé e em proporcionar e acompanhar os filhos numa verdadeira educação para a vida cristã e para os valores de Jesus Cristo, inserindo-os numa comunidade de fé, integrando-os na família de Jesus e consagrando-os ao serviço de Deus.

Olhemos ainda para Simeão e Ana. Não são pessoas desiludidas da vida a sonhar um tempo ideal que já não volta. São pessoas que sonham, viradas para o futuro, atentas ao Deus libertador que vem ao seu encontro, que sabem ler os sinais de Deus naquele menino que chega e que testemunham diante dos seus conterrâneos a presença salvadora e redentora de Deus no meio do seu Povo. Cuidemos dos nossos idosos não como gente passada, mas como pessoas que com a sua maturidade nos ajudam a iluminar e a sonhar o futuro. E como isso é tão urgente neste tempo de dificuldades que a todos nos atinge, em particular os nossos irmãos mais idosos.

Que a festa que hoje celebramos seja forte incentivo para rezar e pensar na vocação e missão das nossas famílias na Igreja e no mundo, sempre à luz da humanidade da Sagrada Família de Nazaré.

Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org

 

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