Que significa dizer sim a Deus?
A liturgia do 26.º Domingo do Tempo Comum deixa claro que Deus chama todos os homens e mulheres a empenhar-se na construção do mundo novo de justiça e de paz sonhado por Deus para nós.
Diante dessa proposta podemos assumir duas atitudes: ou dizer sim a Deus e colaborar com Ele, ou escolher caminhos de egoísmo, de comodismo, de isolamento e demitirmo-nos do compromisso que Deus nos pede.
Olhemos mais de perto o Evangelho de hoje. A parábola dos dois filhos ilustra duas atitudes diversas diante dos desafios e das propostas de Deus.
O primeiro filho foi convidado pelo pai a trabalhar na vinha. A sua primeira resposta foi negativa: não quero. Mas acabou por reconsiderar e por ir trabalhar na vinha. O segundo filho respondeu: vou, sim, senhor. Mas acabou por não ir trabalhar na vinha. E segue-se a questão posta por Jesus: “qual dos dois fez a vontade do pai?”
Diante do chamamento de Deus, há dois tipos de resposta: há aqueles que escutam o chamamento de Deus, mas não são capazes de vencer o imobilismo, a preguiça, o comodismo, o egoísmo, a indiferença… e não vão trabalhar para a vinha, mesmo que tenham dito sim a Deus e até são batizados; e há aqueles que acolhem o chamamento de Deus e que lhe respondem de forma generosa.
O que significa, exatamente, dizer sim a Deus? É ser batizado ou crismado? É casar na Igreja? É fazer parte de uma confraria qualquer da paróquia? É fazer parte da equipa que gere a fábrica da Igreja? É ter feito votos num qualquer instituto religioso? É ir todos os dias à missa e rezar diariamente a liturgia das horas?
Na parábola apresentada por Jesus, não chega dizer um sim inicial a Deus; mas é preciso que esse sim inicial se confirme, depois, num verdadeiro empenho na vinha do Senhor. Ou seja: não bastam palavras e declarações de boas intenções; é preciso viver, dia a dia, os valores do Evangelho, seguir Jesus nesse caminho de amor e de entrega que Ele percorreu, construir, com gestos concretos, um mundo de justiça, de bondade, de solidariedade, de perdão, de paz.
É fácil fazer belas promessas e proferir belas declarações. O que conta são os atos. Muitas vezes exprimimos a Deus a nossa confiança através de uma bela profissão de fé, muitas vezes reafirmamos-Lhe o nosso amor através de belas orações, mas Ele espera que Lhe manifestemos esta confiança e este amor. Não basta dizer os atos de fé, de esperança e de caridade. É preciso pôr em ação a nossa fé, a nossa esperança e a nossa caridade. Assim, seremos verdadeiros praticantes, pondo em prática o que ouvimos na Palavra e vivemos na Eucaristia. Isso é dizer sim a Deus.
Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org