Angra: Bispo destina renúncia quaresmal para projetos em São Tomé e Príncipe e Cabo Verde

D. Armando Esteves Domingues destaca importância da Eucaristia e do Ato Penitencial, na preparação para a Páscoa

Foto Agência ECCLESIA/HM

Angra do Heroísmo, Açores, 14 fev 2024 (Ecclesia) – O bispo de Angra anunciou que as comunidades açorianas vão ajudar, este ano, projetos em São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, com os donativos da sua renúncia quaresmal.

“Convido todos, todos, todos a voltar à Eucaristia nesta Quaresma. Atrevo-me a entrar em vossas casas, para abanar a consciência dos pais de família para a importância de serem naturais educadores e transmissores da fé e para fazerem um programa conjunto de caminho espiritual nesta Quaresma. O que for possível, mesmo se pouco, poderia ajudar a todos”, escreve D. Armando Esteves Domingues, na mensagem para a Quaresma 2024, que se inicia hoje.

Neste contexto, no documento enviado à Agência ECCLESIA, o bispo de Angra assinala que muitas pessoas “ainda continuam em tempo de pandemia, confinados às paredes das suas casas, sem fazer comunidade”, e considera que a Missa Dominical “pode ser o grande barómetro da Quaresma”.

A Quaresma, que tem início esta quarta-feira, com a celebração de Cinzas, é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 31 de março).

O bispo de Angra afirma que “o tempo forte e empolgante” da Quaresma começa com a celebração da Eucaristia e imposição das cinzas, destacando também a importância do Ato Penitencial que, “redescoberto e bem feito”, pode ser uma ajuda para este caminho quaresmal e para chegar “à terra da Páscoa, reconstruídos por dentro, verdadeiros artesãos da paz e do amor”.

D. Armando Esteves Domingues incentiva que, neste tempo de “reacerto”, aprendam a arte da moderação e do cuidado e vejam “no outro o irmão, independentemente da sua circunstância”, fazendo tudo para “o ajudar na defesa da sua dignidade”, e anuncia também que o destino da renúncia quaresmal da diocese é para dois países lusófonos.

Em São Tomé e Príncipe, contextualiza, respondem ao pedido do Projeto de Desenvolvimento Integral de Lembá (PDIL), na cidade das Neves, que é desenvolvido pela Associação Abraçar São Tomé e Príncipe: o Centro Social Mãe Clara “dá mais de 2000 refeições a crianças e idosos”; a Escola Nossa Senhora das Neves para mais de 800 crianças; o Centro Despertar a mais de 200 crianças e a Sala de Informática da Escola Nossa Senhora das Neves.

Enquanto em Cabo Verde, explica D. Armando Esteves Domingues, a Cáritas Diocesana de Santiago-Praia manifestou a “necessidade de se construir um depósito de água potável” na escola primária de Pingo de Chuva, o “projeto ronda os 8000€” (oito mil euros) e o bispo português quer “pagá-lo na íntegra”; o Projeto ‘Mison Corason 997’ é desenvolvido pelo Centro Educativo do Sagrado Coração de Jesus, na cidade da Praia.

A renúncia quaresmal é uma prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.

O bispo de Angra recorda que o Papa Francisco, na mensagem para este novo tempo litúrgico na Igreja Católica, intitulada ‘Através do deserto, Deus guia-nos para a liberdade’, apresenta a Quaresma como um caminho no “deserto”, “o lugar do primeiro amor”, onde “Deus educa o seu povo”.

Como sugestão de leitura, para a Quaresma, D. Armando Esteves Domingues sugere as catequeses que o Papa “está a proferir sobre ‘Vícios e Virtudes, nas audiências públicas semanais de quarta-feira, no Vaticano’: “Com uma linguagem simples e clara, Francisco ajuda-nos a discernir sobre as nossas emoções mais profundas e as nossas atitudes”.

CB/OC

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