Angola e São Tomé: Conferência Episcopal alerta para crianças «maltratadas pelas famílias e sociedade»

D. José Manuel Imbamba explicou que CEAST vai iniciar último ano do triénio dedicado às crianças

Cidade do Vaticano, 23 ago 2023 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) disse hoje que as crianças continuam a ser o foco da ação pastoral da Igreja Católica nestes países lusófonos, na sessão de abertura da II Assembleia Plenária anual.

“Neste terceiro ano, a nossa atenção voltar-se-á para a temática da integração social das crianças, tão maltratadas pelas famílias e sociedade, segundo relatos dos últimos dias”, disse D. José Manuel Imbamba, esta quarta-feira, em Luanda, divulga o portal de notícias ‘Vatican News’.

A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé vai começar a viver o terceiro ano do um triénio dedicado às crianças, com o lema ‘Dos pequeninos é o reino dos céus.’

“O objetivo do triénio é aprofundar e incrementar a consciência no seio das famílias, da Igreja e da sociedade sobre a dignidade da crianças e sobre a necessidade de coloca-las no centro das atenções, preocupações e empenhos das demais instituições sociais”, explicou o presidente da CEAST.

A II Assembleia Plenária anual da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé começou esta quarta-feira, na capital angolana, e vai terminar no dia 28 de agosto.

D. José Manuel Imbamba, na presença do núncio apostólico, D. Giovanni Gaspari, dos bispos da CEAST e de sacerdotes convidados, lamentou que, “aos poucos”, cresce “nos corações de muitos fiéis a sensação de que a Igreja é insignificante”.

Neste sentido, o arcebispo de Saurimo  alertou para o “contratestemunho”, para a dicotomia entre “a santidade professada e a santidade vivida por muitos” bispos, sacerdotes, consagrados e leigos, e, citando o Papa Francisco, disse que têm de “encontrar um novo estilo de ser Igreja a todos os níveis”.

“Mais livre, acolhedora, atenta às famílias, mesmo aquelas que falharam e à juventude. Uma Igreja misericordiosa e compreensiva, como uma mãe, uma Igreja sinodal em que todos – leigos, bispos, padres e consagrados – se sintam envolvidos e corresponsáveis, conforme os seus próprios carismas. Uma Igreja que confie na palavra e no espírito do ressuscitado”, indicou.

O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé disse também que o viver em sociedade “exige” que “cada um se sinta sujeito ativo na construção e transformação do edifício social, politico, económico e cultural”.

No contexto dos 50 anos da independência de Angola e São Tomé e Príncipe, D. José Manuel Imbamba assinalou que é tempo de parar para um exame de consciência nacional para verem como superar problemas cíclicos que os mantêm “permanentemente no aquém da cidadania responsável, participativa e inclusiva, do desenvolvimento integral e do estado republicano autêntico”.

“Angola especificamente precisa despertar do sono anestesiante dos partidarismos, das militâncias fanáticas, da cultura da bajulação, da intriga, da arrogância, da desinteligência, da violência verbal, física, psicológica e espiritual. Da insensibilidade e do descompromisso com o bem de todos os cidadãos”, indicou o presidente da CEAST.

D. José Manuel Imbamba incentivou à dignidade da pessoa humana, ao convívio plural, à amizade social, o “consequente progresso humano, social, económico, económico e cultural”, e convidou os políticos a redescobrirem a “mística, beleza e ética da política, fazendo dela missão nobre, serviço a favor do bem dos cidadãos”, informa o portal ‘Vatican News’.

CB

 

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