Lisboa, 30 jun 2016 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé saudou a libertação à condição dos 16 ativistas, até serem conhecidos os resultados dos recursos, e que foram condenados pela Justiça angolana por “rebelião e associação de malfeitores”.
“Saudamos esta libertação e, ao mesmo tempo, também nos congratulamos com o esforço que devemos fazer para que a liberdade de expressão seja sempre uma tónica na nossa vida pessoal, social e política, de modo a continuarmos a solidificar as bases da democracia que queremos construir”, disse o porta-voz da Conferência Episcopal Angolana.
Em entrevista à Rádio Renascença, D. José Manuel Imbamba, elogiou a decisão da justiça angola em ter libertado esta quarta-feira os ativistas angolanos que foram condenados a 28 de março por atos preparatórios para rebelião e associação de malfeitores.
O prelado acredita que a libertação temporária, até que seja conhecido o resultado dos recursos interpostos, vai acabar por ser “definitiva”, uma vez que considera que atos praticados pelo grupo não justificam a prisão, “não há motivos para tanto”.
O grupo, que tem como mais conhecido o músico e ativista luso-angolano Luaty Beirão, está em liberdade após a decisão do Supremo Tribunal depois do pedido de “habeas corpus” da defesa.
“A conferência sempre disse que era bom darmos credibilidade às nossas instituições. As instituições trabalharam, houve um julgamento, houve uma sentença, recorreu-se e, agora, deu-se esse veredicto”, explicou.
À emissora católica portuguesa, o porta-voz da Conferência Episcopal Angolana assinala que a vontade da Igreja é que haja uma real separação de poderes, judicial e político em Angola.
“Nós apelamos sempre ao diálogo, à transparência, à paz e a tudo aquilo que deve nos ajudar a solidificar sempre mais as bases da democracia”, sublinhou o porta-voz da Conferência Episcopal Angolana.
A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé vai acolher a reunião Plenária do Conselho Permanente do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar, de 18 a 25 de julho 2016, em Luanda.
O evento vai congregar cerca de 150 delegados sob o lema ‘A Família em África ontem, hoje e amanhã: à luz do Evangelho’, divulga a Rádio angolana Ecclesia.
CB/OC