Amnistia Internacional responde a críticas do Vaticano

A Amnistia Internacional negou hoje que se dedique a promover o aborto como “direito universal”, em resposta ao secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, que Segunda-feira criticou a organização por defender o aborto em caso de violação. A AI defendeu o direito da mulher para decidir “livre de medo, ameaça ou coerção” sobre “as eventuais consequências da violação e outras graves violações dos seus direitos”. A organização reafirma, em comunicado, a sua política, adoptada em Abril, de apoio à despenalização do aborto e à garantia, por parte das mulheres, de que “tenham acesso aos serviços de saúde quando surjam complicações” relacionadas com a interrupção da gravidez. Ao mesmo tempo, a organização humanitária disse defender “o direito das mulheres ao aborto, dentro dos limites razoáveis do período de gestação, quando a sua saúde ou vida estiverem em perigo”. Numa reunião do Conselho Internacional realizada a semana passada no México, a direcção da AI expressou o seu compromisso de reforçar o “empenho na prevenção de gravidezes não desejadas e de outros factores que obrigam a mulher a abortar”. A AI reconhece, no entanto, o direito do Vaticano de manter os seus pontos de vista sobre o aborto e assinalou que há uma série de temas em que as duas instituições podem colaborar, nomeadamente campanhas contra a pena de morte, a favor da libertação de presos políticos e abolição da tortura. Em entrevista à Rádio Vaticano, D. Tarciso Bertone, insistiu que “não se pode eliminar a vida como tal” e acrescentou que os fetos “são pessoas, sujeitos humanos com toda a sua dignidade de seres humanos”. “Não podemos somar homicídios a outros homicídio, a morte de outras pessoas, mesmo quando são pessoas no início da vida”, referiu, na passada Segunda-feira. O Secretário de Estado do Vaticano defende que “é necessário, com certeza, lutar contra a violência que atinge as mulheres, contra esta forma desumana de violência que é a violação, e lutar todos, defendendo a dignidade das mulheres, de todas as mulheres”. Em relação à decisão da AI, o Cardeal Bertone assinala que “não se pode eliminar a vida enquanto tal”. Redacção/Lusa

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