Algarve: Responsável pelo Centro Paroquial de Cachopo lamenta dificuldade na contratação de pessoas

Albino Martins destaca falta de transportes públicos

Foto: Folha do Domingo

Faro, 25 jul 2022 (Ecclesia) – O responsável pelos Centros Paroquiais de Cachopo, Martim Longo e Vaqueiros, no interior serrano da Diocese do Algarve, alertou que a ausência de uma rede de transportes públicos não permite contratar mais trabalhadores para estas instituições de solidariedade social.

“Estando a freguesia [Cachopo] extremamente envelhecida e não havendo recursos humanos com idade que permita serem contratualizados, porque as pessoas estão reformadas, temos de ir ao exterior buscá-los. Neste momento, na freguesia não há pessoas em idade de vida ativa”, disse o diácono permanente Albino Martins, informa o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.

Este responsável explica que as pessoas locais em “idade de vida ativa” já trabalham nas instituições, e explica que não há recursos humanos para empregar em Cachopo, freguesia que fica a cerca de 43 quilómetros de Tavira, e não existirem transportes públicos que liguem as duas localidades.

“É preciso deslocar pessoas do litoral para o interior para desenvolverem atividade aqui. Esses recursos seriam contratualizados a tempo inteiro e ficariam afetos à instituição. Se conseguíssemos 10 pessoas lá de baixo [litoral] eram 10 pessoas a quem daríamos trabalho”, assinala.

O diácono permanente adianta que dão “alojamento a essas pessoas em caso de necessidade”, mas, mesmo assim, sentem “alguma dificuldade” porque as pessoas trabalham por turnos, e nos dias de folga “não têm como se deslocar” de Cahopo, por isso, a maioria dos trabalhadores não quer residir na freguesia porque fica “presa a tempo inteiro”.

“Uma pessoa que resida em Tavira e esteja disposta a deslocar-se para trabalhar em Cachopo, tendo família, ao fim da tarde tem de regressar a Tavira”, observa, acrescentando que a viagem em transporte próprio é muito dispendiosa para os trabalhadores e “nunca” tiveram “uma situação dessas”.

Albino Martins refere que o serviço público de transporte “implica sair às 07h00 de Cachopo e de Tavira às 18h00, chegando às 19h00”, o que não permite “ser enquadrado nas instituições desta natureza”.

O Centro Paroquial de Cachopo tem neste momento 43 funcionários, nove estão de baixa médica, e, segundo o seu responsável, se há férias e falhas pontuais, por alguma doença súbita ou outra situação qualquer, “põe em causa toda a dinâmica e desenvolvimento da atividade normal da instituição”.

“O Algarve litoral está bem provido de meios de transporte, mas o interior não tem”, lamentou o diácono permanente, propondo que a Comunidade Intermunicipal do Algarve idealize “algum apoio de transportes públicos para o interior do Algarve”, informa o jornal ‘Folha do Domingo’ da Diocese do Algarve.

Albino Martins explicou ainda que estas ofertas de trabalho já são limitadas porque se destinam-se a senhoras.

“A higienização, por exemplo de um idoso, é perfeitamente assumida por uma senhora, mesmo os utentes têm alguma reticência que sejam homens a realizar essas tarefas. Temos necessidade preferencialmente de senhoras”, acrescentou o responsável.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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