Algarve: Pastoral Prisional diocesana realiza trabalho «fundamental» nos estabelecimentos penitenciários

Cónego Manuel Oliveira Rodrigues tem «histórias de conversão de vida surpreendentes»

Faro, 07 jan 2020 (Ecclesia) – O responsável do setor diocesano da Pastoral Prisional do Algarve afirma que fazem um trabalho “fundamental” com os reclusos em Faro, Silves e Olhão, que ajudam a formar maior capacidade de “manter a calma” e agir “com serenidade”.

“É preciso também dar continuidade após a reclusão para que possam depois organizar a sua vida e ter condições mínimas para se orientarem”, disse o cónego Manuel Oliveira Rodrigues, acrescentando que muitos reclusos “não têm ninguém que os acolha”.

Na informação enviada à Agência ECCLESIA, o sacerdote garante que os diretores dos três estabelecimentos prisionais – Faro, Silves e Olhão – “reconhecem perfeitamente a importância” do trabalho junto dos reclusos e “até o desejam e acham muito positivo”, divulga o jornal ‘Folha do Domingo’ sobre uma relação que “tem vindo sempre a crescer”.

O cónego Manuel Oliveira Rodrigues que conhece “histórias de conversão de vida surpreendentes” realiza este serviço pastoral deste setembro de 1995, quando foi para a paróquia de São Pedro de Faro, e a partir de 2012 na prisão de Olhão.

A equipa do Setor Diocesano da Pastoral Prisional do Algarve fica completa com o padre Rafael Rocha, pároco da Conceição de Tavira, Luz de Tavira e Santo Estêvão, que atualmente visita o estabelecimento de Olhão, e o padre Nelson Rodrigues em Silves.

O padre Rafael Rocha visita o estabelecimento prisional todas as quartas ou quintas-feiras e no ano passado (2019) promoveu sessões de catequese orientadas por leigos que foram pedidas por reclusos que queriam ser batizados.

“Alguns não têm ligação nenhuma à Igreja. Encontram-na no estabelecimento prisional. Outros, ainda em pequenos tiveram catequese, têm algumas noções e começam a aprofundar”, acrescenta, revelando que, recentemente, foi convidado para a visitar a prisão feminina em Odemira.

“Como acompanhar estas pessoas, dar-lhes esperança, fazê-las acreditar que podem reconstruir uma vida, independentemente do seu passado, dos seus erros e das suas falhas? Este é o grande trabalho que tem de ser feito e que ainda está muito aquém de vir a ser verdadeiramente bem estruturado”, desenvolveu o padre Rafael Rocha, lamentando que no regresso à sociedade sejam “etiquetados como ex-reclusos”.

O sacerdote lembra que em 2018 alguns reclusos colaboraram nas obras de recuperação da igreja da Conceição de Faro e “grande parte das pessoas” da comunidade “também quis conviver”.

“É importante que estas pessoas sintam que são pessoas, que não estão colocadas de parte. Não é porque algum dia fizeram o mal e estão presos que acabou a hipótese de viverem. A dimensão espiritual também ajuda a transformar a vida”, salientou.

Em Silves, o padre Nelson Rodrigues, cuja “presença não é tão formativa, mas espiritual”, tem na sua equipa uma religiosa e um grupo de leigos que dinamizam catequeses para cerca de 20 pessoas.

O sacerdote adianta que convive com os detidos nas celas, no pátio e no bar, administra o Sacramento da Confissão, faz atendimento espiritual, preside à Eucaristia, e está em estudo a implementação dos Cursos Alpha, que procura uma introdução à fé cristã em 11 sessões.

O jornal ‘Folha de Domingo’ assinala que o trabalho na pastoral prisional tem sido “uma preocupação” do bispo do Algarve e dá como exemplo recente a visita de D. Manuel Quintas às penitenciárias de Olhão e de Silves, onde presidiu à Eucaristia com os detidos, no Natal.

CB/OC

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