Algarve: Diocese formou ministros das exéquias para acompanhar pessoas em luto

Formação teve 15 participantes, de nove paróquias

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Faro, 01 mar 2024 (Ecclesia) – A Diocese do Algarve promoveu uma formação para ministros das exéquias para capacitar o serviço de apoio no luto, em cinco sessões, com um reforço da componente antropológica, em janeiro e fevereiro, no Centro Paroquial de Loulé.

“Sentiu-se necessário que fizéssemos uma preparação mais intensa e profunda daqueles que poderão ser reconhecidos pelo bispo diocesano para o exercício desta missão”, disse o cónego Carlos de Aquino, diretor do organismo diocesano que organizou a formação, ao jornal ‘Folha de Domingo’.

Segundo o sacerdote, a formação centrou-se no aprofundamento, sobretudo, das dimensões “humanas e antropológicas” para “saber acolher, saber acompanhar a tristeza e as fases do luto”, com o propósito de criar “uma postura diferente na própria celebração”.

Com a participação de 15 pessoas das Paróquias de Albufeira, Alvor, Boliqueime, Ferreiras, Loulé, Olhão, Quelfes, Salir e Silves, esta formação básica realizou-se, nas manhãs de sábado, de 20 de janeiro a 17 de fevereiro, no Centro Paroquial de Loulé.

No primeiro encontro (20 de janeiro), o formador, o padre Pedro Manuel, explicou a “importância do ministério das exéquias e da pastoral do luto”; no segundo, o cónego Carlos de Aquino abordou “o ritual das exéquias, a celebração e a espiritualidade”.

A 3 de fevereiro, o cónego Mário de Sousa, biblista, refletiu sobre a vida, a morte e a ressurreição na Sagrada Escritura; na penúltima sessão (10 de fevereiro), a psicóloga Carla Tomás, doutorada em Psicologia com dissertação dedicada ao estudo entre a espiritualidade e a resiliência, referiu-se à “arte de escutar e sofrer juntos, acolher e acompanhar”, versando todas as dimensões humanas, antropológicas.

No último encontro, a 17 de fevereiro, o padre Nelson Rodrigues abordou a “escatologia” para ajudar a entender as “realidades futuras” que estão no Catecismo da Igreja Católica como o purgatório ou o inferno, recordou o diretor Secretariado Diocesano da Liturgia, Música Sacra Novas Igrejas e Espaços Pastorais do Algarve.

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Muitas destas pessoas já frequentam também o Curso Básico de Teologia do Centro de Estudos e Formação de Leigos do Algarve, que tem outro aprofundamento teológico e espiritual, mas sentiu-se que era preciso uma especificidade para este serviço e considerámos que estes eram os assuntos mais significativos”, explicou.

O padre Carlos Aquino lamentou “um empobrecimento de fé, de cultura cristã e até de antropologia”, e identificou três expressões populares que “têm muito pouco de cristão e até revelam uma antropologia redutora” mas “muito ouvidas nos funerais” – “agora tudo acabou”, “onde tu estiveres”, “agora é uma estrelinha no céu”.

Estes formandos, “pessoas escolhidas pelas comunidades e apresentadas pelos párocos”, depois da avaliação, serão propostas para discernimento do bispo diocesano juntamente com os seus párocos, adiantou o sacerdote.

O jornal ‘Folha do Domingo’ informou, esta quinta-feira, que a Diocese do Algarve promove regularmente formações para ministros das exéquias, desde 2010.

CB/OC

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