Agência missionária denuncia problema da droga na África

“A droga na África: um problema mundial” é o título do último dossier da agência missionária Fides, do Vaticano, no qual se defende que este Continente é um ponto de passagem “cada vez mais importante para as organizações de narcotraficantes”. O documento (www.fides.org) lembra a “escassa eficiência das polícias africanas e a relativamente recente conscientização do problema por parte das entidades locais e internacionais”. O crescente consumo de drogas por via endovenosa em diversos países africanos, como a Tanzânia e o Quénia, agrava o problema da difusão da SIDA, refere ainda a Fides. Segundo a agência missionária do Vaticano, “os cartéis da droga da África ocidental procuram novos contactos na América Latina para estender o tráfico de cocaína a toda a região da África subsaariana”. No dia em que o jornal “Público” se refere à Guiné-Bissau como “o principal ponto de passagem da cocaína entre a América Latina e a Europa, onde chega através de Portugal”, a Fides confirma que “a zona de passagem mais utilizada pelos traficantes de cocaína é o Golfo da Guiné, de onde a substância é transportada para a Europa em pequenas quantidades, através dos chamados ‘mulas’, pessoas que assumem o risco de ingerir óvulos de cocaína com a esperança de superar as alfândegas nos aeroportos de destinação”. Segundo um responsável do Departamento das Nações Unidas para a luta à criminalidade (UNODC), as organizações de narcotraficantes tendem a fazer transitar a droga por meio da África ocidental porque, até agora, as autoridades alfandegárias europeias e norte-americanas controlavam com menos atenção as mercadorias e as bagagens provenientes da África do que as provenientes da América Latina. O documento da Fides indica que “os traficantes de cocaína na Guiné-Bissau estão ligados aos que passam através do vizinho Senegal, como emergiu da operação efectuada no final de Junho de 2007 pela polícia de Dakar, que levou à apreensão de mais de duas toneladas de cocaína. A agência fala do aumento do número de “mulas” da Guiné-Bissau detidos no momento do embarque para Portugal.

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