África: Fundação Ajuda à Igreja que Sofre alerta para «insegurança» crescente nos Camarões

Sequestros de cristãos está provocar «pobreza, deslocamento forçado de pessoas e medo nas comunidades»

Lisboa, 04 set 2021 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre alertou para os sinais de insegurança que chegam dos Camarões, sentidos pela Igreja católica que vê sacerdotes serem raptados.

“O vigário geral da diocese de Mamfe foi sequestrado no dia 29 de agosto e libertado dois dias depois. Apesar de ter sido exigido pelos raptores o pagamento de um elevado valor de resgate, 20 milhões de francos camaronenses, cerca de trinta mil euros, o padre Agbortoko Agbor, que é actualmente o vigário-geral da Diocese de Mamfe, acabou por ser libertado sem que nada tenha sido pago”, informa um comunicado da FAIS enviado à Agência ECCLESIA.

A fundação pontifícia alerta para o “sinal da enorme insegurança” que se vive nos Camarões e que está a “atingir a Igreja católica”.

Os sequestros têm acontecido desde 2018 e têm-se intensificado por parte de grupos independentistas, indicam, que colocam vidas humanas em risco mas provocam também “pobreza, deslocamento forçado de pessoas e medo nas comunidades”.

“Em 22 de Maio, o padre Christopher Eboka, director de comunicações da diocese, foi também sequestrado e libertado dez dias depois. O mesmo sucedeu em novembro de 2018, com quatro religiosos claretianos e D. Michael Miabesue Bibi, na altura bispo auxiliar de Bamenda, agora bispo de Buea. No ano seguinte, também o arcebispo emérito de Bamenda, D. Cornelius Esua e D. George Nkuo, bispo de Kumbo, foram igualmente vítimas de rapto”, recorda a FAIS.

A FAIS indica que desde 2016, mais de três mil pessoas foram mortas e cerca de 500 mil são deslocados internos a viver fora das suas casas, das suas aldeias e vilas.

“Esta questão, dos deslocados internos, é muito relevante e está a obrigar a própria Igreja a mobilizar-se no sentido do acolhimento dos que têm sido obrigados a fugir por causa da violência”, explica.

Em 2019, a Fundação AIS recebeu uma carta de D. Andrew Nkea, bispo de onde “mostrava a sua preocupação pelos sequestros de sacerdotes e incidentes que estavam a ocorrer”: “A violência aumentou, trazendo mortes, perda de propriedade, grave insegurança, muitos deslocados internos e muitos refugiados que fugiram para a Nigéria”, assim relatava a missiva.

O cardeal Christian Tumi, arcebispo emérito de Douala, falecido este ano, referiu que “as razões da crise” nos Camarões “residem na má governação”, acrescida de uma falta de reconhecimento das autoridades pelos cidadãos.

LS

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