África do Sul vive situação difícil

Missionario scalabriniano dá conta que os refugiados «são vítimas de perseguição». 2000 estão refugiados no campo da Protecção Civil Uma situação “muito difícil” é aquela vivida entre os refugiados na África do Sul. O Padre Ivaldo Bettin, missionários scalabriniano está em Cape Town há cerca de um ano e regista à Agência ECCLESIA as condições que os refugiados encontram no país sul africano. Actualmente há cerca de 2.000 refugiados no campo de Protecção Civil. O missionário descreve que muitas família com filhos pequenos e jovens universitários fugiram dos seus países por causa da perseguição. “Muitos deles pensavam encontrar uma vida melhor na África do Sul”, explica. “Havia já sinais de esperança e de estabilização”, quando a violência e os insultos começaram a ameaçar os refugiados, “sentindo-se novamente ameaçados e com muito medo”. O Pe. Ivaldo Bettin recorda que a violência começou com “grupos ou bandos que atacavam, roubavam e matavam os refugiados”. O que desencadeou a violência foi “principalmente a chegada em massa de refugiados provenientes do Zimbabwe”, país onde persiste uma situação de tensão política de força e ódio. Juntamente com a “falta de trabalho e a extrema pobreza existente nas «vilas miséria», levou ao aumento dos insultos e agressões, culpabilizando os emigrantes de roubar o trabalho dos autóctonos”. Os confrontos e a morte de pelo menos 40 pessoas, levou ao destacamento de 200 militares para o terreno. O missionário scalabriniano explica que “mais que intervenção militar, sentiu-se a polícia a agir”. “As forças de ordem do governo foram um tanto lentas”, aponta o Pe. Ivaldo, que explica que os conflitos começaram nos locais mais pobres, onde os próprios moradores destas «favelas» ou vilas pobres lutam pela sobrevivência. “Todas estas zonas são mais vulneráveis a todos os tipos de violência e abusos”, aponta. Perante esta situação e a opção de os refugiados voltarem para o seu país procurarem auxílio noutro país, o missionário aponta que “a opção pessoal sempre de respeitar”. Para os que querem voltar ao seu país de origem, os scalabrianos estão disponíveis para ajudar, procurando “meios para que eles possam voltar, inclusive através da ONU”. “Para os que supostamente não sofrem ameaças a orientação é que continuem trabalhando, estudando e dando o melhor de si para que se possa construir um mundo de paz”, explica. Os saclabrinianos encontram-se em Cape Town a trabalhar “principalmente como missionários para os emigrantes”. Sensibilizar a comunidade local para acolher o estrangeiro, o diferente, o emigrante o seu principal objectivo. “Através das comunidades tentamos de ser um ponto de referência para todos os emigrantes sem discriminação”. Desde 1996 que os padres Scalabrinianos e muitos leigos trabalham no âmbito da capacitação e formação profissional dos refugiados, oferecendo formação informática, arte, pintura, costura, cursos de inglês, seminários e orientação para que os refugiados possam ter os seus papeis e regularizar a sua situação na África do Sul. Através das comunidades de língua portuguesa, italiana, francesa e estabelecimentos comerciais “recolhe-se comida roupa e tudo aquilo que possa servir na ajuda aos refugiados”. Nestes últimos dias o “Scalabrini Center” foi um ponto de referência para muitos refugiados, “graças ao trabalho de pessoas dedicadas aos emigrantes e refugiados”. O Pe. Ivaldo afirma que os emigrantes “estão espalhados pelo mundo inteiro” e por isso a Comunidade Internacional deve manter-se atenta e “pode dar um contributo para que cada país comece a pensar no mundo como um «todo»”. “A Comunidade Internacional deve ajudar os países pobres a sair da situação de emergência, oferecendo uma melhor educação, lutando contra o racismo e todos os tipos de pobreza”, sustenta.

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