Açores: Pároco de Ponta Garça partilha cerca sanitária com população e admite preocupação com o futuro na freguesia

«Precisamos de nos unir enquanto cristãos e termos palavras de esperança e alento» – padre Tiago Tedéu

Vila Franca do Campo, Açores, 14 jan 201 (Ecclesia) – O pároco de Ponta Garça, na ilha açoriana de São Miguel, disse hoje à Agência ECCLESIA que partilha “palavras de esperança” com as pessoas que teme pelo futuro, na freguesia que vai ficar em cerca sanitária até 22 de janeiro.

“Embora exista sentido de responsabilidade, as pessoas estão com um certo medo e receio daquilo que se avizinha”, referiu o padre Tiago Tedéu, explicando que tem contactado diretamente com algumas pessoas e outras lhe escrevem através da rede social Facebook e da página da paróquia.

“Tenho tido algumas palavras de esperança, é importante nestes momentos”, explicou o pároco de Ponta Garça, destacando a importância da “entreajuda”.

“Precisamos de nos unir enquanto cristãos e termos palavras de esperança e alento para aqueles que estão infetados com este vírus e para as suas famílias, para aqueles que estão a passar por maiores dificuldades neste momento”, acrescentou.

O Governo Regional dos Açores divulgou esta quarta-feira novas medidas para combater a pandemia deCovid-19 na ilha de São Miguel, que incluem cercas sanitárias na Vila de Rabo de Peixe, Concelho da Ribeira Grande, e freguesia de Ponta Garça, concelho de Vila Franca do Campo, a partir das 00h00 de sexta-feira, até dia 22 deste mês.

O padre Tiago Tedéu apela às pessoas para que se protejam e cumpram as “normas” destinadas a conter a propagação do vírus, considerando que alguns “até as aceitam, mas depois não as vivem”.

O sacerdote entende que “a Igreja tem sido exemplo e pioneira” neste campo, explicando que nas paróquias há duas equipas, uma para o acolhimento, “que está sempre à porta indicando às pessoas os respetivos lugares” e outra que “se responsabilizou por desinfetar o templo antes e depois de cada celebração”.

O pároco de Ponta Garça adiantou que “até dia 23 não haverá celebrações nas igrejas” da Ouvidoria (conjunto de paróquias) de Vila Franca do Campo.

“A nível pastoral, o que consigo fazer é mais a nível celebrativo e outro acompanhamento que as pessoas necessitam, aproveitando as redes sociais. Não podemos ter contactos e não abrimos os templos por causa deste confinamento”, observou.

O padre Tiago Tedéu vai transmitir a celebração da Eucaristia pelos meios digitais, durante a semana às 17h00 locais (mais uma hora em Portugal continental), e aos sábados e domingos, como no primeiro confinamento.

Noutros setores da pastoral, o sacerdote explica que “alguns catequistas” estão a fazer as sessões pelos meios digitais, mas outros “não têm essas condições, nem têm preparação a nível informático”.

O pároco de Ponta Garça lamentou ainda que após a celebração da Primeira Comunhão, no domingo da Sagrada Família, a 27 de dezembro, tenham existido “aglomerados de pessoas em casa”.

“Isso gerou alguns problemas e mal-entendidos, diz-se que as Comunhões é que foram a origem, mas da parte da Igreja conseguimos, na medida do possível, fazer respeitar as medidas e as normas vigentes; depois, não conseguimos controlar”, concluiu o padre Tiago Tedéu.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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