Açores: «Não guardemos escondido o tesouro do nosso amor», pede cónego Hélder Fonseca Mendes

Administrador diocesano presidiu a celebração por ocasião do encerramento do X Encontro Mundial de Famílias

Foto: Igreja Açores

Ponta Delgada, Açores, 27 jun 2022 (Ecclesia) – O cónego Hélder Fonseca Mendes, administrador diocesano de Angra, presidiu este domingo à celebração de encerramento do X Encontro Mundial de Famílias (EMF), a nível local, convidando os participantes a promover uma “fraternidade nova”.

“Não guardemos escondido o tesouro do nosso amor! Partilhemo-lo com os que vivem ao nosso redor e que precisam tanto! Que cada família cristã busque – entre os vizinhos de casa, no seu bairro, entre os colegas da escola dos filhos – uma família em dificuldade, um idoso sozinho, uma criança que precisa de ajuda”, referiu o responsável, numa homilia citada pelo portal diocesano ‘Igreja Açores’.

A celebração decorreu na Igreja Matriz de Ponta Delgada.

O responsável católico evocou as notícias sobre a morte de uma criança em Setúbal, que “não deveriam acontecer”.

“O mundo precisa encontrar uma fraternidade nova, e a família é o ginásio onde todos podem aprender a viver esse sentimento” disse o administrador diocesano.

A intervenção traçou um paralelo entre os valores que a humanidade precisa, e que a família deve conter, e os valores do desporto, onde se “aprendem grandes lições” como “a criatividade, a liberdade, o esforço pessoal, o esforço da equipa e a solidariedade”.

O cónego Hélder Fonseca Mendes propôs um itinerário de superação dos “desejos desmesurados promovidos pela sociedade de consumo”, no respeito pela “criação e a casa comum”.

Para o responsável, este percurso ajuda as famílias a desenvolver “a capacidade de resistência, de perdoar, de ser compassivo, da aceitação do sofrimento e da morte; reconhece a paciência como uma propriedade do amor, exercita a convivência a partir do diálogo e da comunicação”.

Sentimos forte a necessidade de paternidade e maternidade, ou seja, a necessidade que os cristãos assumam, assim como fazem os pais com os filhos, a responsabilidade face a sociedades que parecem estar a desmoronar cada vez mais e onde há pessoas desorientadas, alienadas e destruídas à busca de um sentido para a vida”.

O sacerdote deixou ainda uma palavra para os jovens açorianos que assinalaram a despedida dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude- o ícone de Maria e a cruz oferecida pelo Papa São João Paulo II-, no adro da Igreja do Convento da Esperança.

“Gostava de testemunhar a experiência alargada, alegre e feliz que um grande número de jovens açorianos experimentou nas nove ilhas, durante o último mês, a pretexto da presença em todas as ouvidorias dos símbolos mundiais da juventude, isto é, da cruz do Salvador e do ícone da Virgem Maria que João Paulo II entregou aos jovens, sendo hoje a celebração de despedida no Campo de São Francisco, junto ao Senhor Santo Cristo”, afirmou.

A celebração contou com a participação da equipa de sacerdotes da matriz, o assistente da pastoral familiar e ainda da equipa da pastoral da família e laicado da diocese.

“Em comunhão com o Papa Francisco, que nos tem chamado a atenção para o anúncio do Evangelho e para a ternura das famílias, como pilares da pastoral familiar somos desafiados a sair em missão e a desempenhar este papel”, disse Anita Dias, do casal responsável pela Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar.

No final, o assistente da Família, monsenhor José Constância, pediu criatividade aos casais e sublinhou que a pastoral diocesana no futuro será o que as “famílias quiserem”.

O X Encontro Mundial das Famílias decorreu entre 22 e 26 de junho, de uma forma “multicêntrica e generalizada”, em Roma e nas várias dioceses dos cinco continentes, após ter sido adiado por um ano, devido à pandemia de Covid-19.

OC

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Agência ECCLESIA

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