Reitor do Santuário na ilha de São Miguel antecipa celebração «marcadamente espiritual e à distância»
Ponta Delgada, Açores, 20 abr 2021 (Ecclesia) – As celebrações do Senhor Santo Cristo, na ilha açoriana de São Miguel, vão decorrer pelo segundo ano consecutivo com limitações, devido à pandemia, anunciou o reitor do Santuário.
“A festa do Senhor ainda terá de ser vivida de forma marcadamente espiritual, à distância, sem a possibilidade de nos encontrarmos todos presencialmente, e de novo, no ‘Campo do Senhor’. A causa é, infelizmente, bem conhecida de todos nós” refere o cónego Adriano Borges.
O responsável publicou uma nota intitulada “Senhor Santo Cristo! Reforça a nossa Esperança”, divulgada pelo portal diocesano ‘Igreja Açores’.
A evolução da pandemia de Covid-19 impede, à imagem do que aconteceu em 2020, as várias procissões e momentos de veneração da imagem, na cidade de Ponta Delgada.
A celebração vai decorrer a 8 e 9 de maio.
“A maior e mais profunda peregrinação é aquela que fazemos ao interior do nosso coração, aquela que nos leva até ao verdadeiro encontro com o Senhor” ressalva citando o cónego Adriano Borges, evocando o exemplo de resiliência dos emigrantes.
O reitor apela ao cumprimento das indicações da autoridade de saúde, para proteção de cada um e de todos.
“Continuaremos a respeitar, escrupulosamente, todas as regras que nos são pedidas. A nossa fé desafia-nos a sermos parte da solução e nunca do problema”, aponta.
O portal da Diocese de Angra sublinha que a festa em honra do Senhor santo Cristo dos Milagres é, a seguir ao Espírito Santo, “a maior devoção dos açorianos, fazendo convergir, anualmente, no quinto domingo a seguir à Páscoa milhares de fieis para o Campo de São Francisco em Ponta Delgada”.
O ‘Igreja Açores’ informa ainda que as duas religiosas presentes no Santuário do Senhor Santo Cristo vão deixar a diocese, no próximo verão.
O anúncio chegou pela voz da superiora da comunidade radicada no Convento da Esperança, Ir. Célia Faria.
“Temos de saber ler os sinais dos tempos e o que eles nos dizem é que a nossa presença carismática perdeu o grande significado que tinha há alguns anos atrás e, se calhar hoje somos mais necessárias noutras comunidades” explicou a religiosa.
Além do acolhimento de crianças e jovens de famílias mais desprotegidas e também de jovens deslocadas de outras ilhas, para trabalho ou estudo, as religiosas assumiram a missão de zelar pela Imagem e pelo culto do Senhor Santo Cristo.
“Vamos sair com pena nossa do Convento da Esperança mas, de facto, somos precisas noutro lado e aqui a nossa missão já não faz tanto sentido”, indica a irmã Célia Faria.
OC