Açores: «Eucaristia é o centro da atividade evangelizadora da comunidade cristã»

Angra do Heroísmo, Açores, 29 mar 2018 (Ecclesia) – O bispo de Angra e Ilhas dos Açores disse hoje que “humildade” e testemunho são a “dupla exigência” para uma “verdadeira experiência cristã, de discípulos que se sentam à mesa com o Mestre”.

“Esta dupla exigência está muito presente no evangelho quando refere que Jesus de Nazaré, colocando-se em atitude de serviço, debruça-se para lavar os pés aos seus discípulos”, explicou D. João Lavrador na Missa da Ceia do Senhor.

Na homilia enviada à Agência, ECCLESIA, o bispo diocesano afirma que, na verdade, é com esse “banho batismal, regenerador”, que tudo começa.

Segundo D. João Lavrador, para uma “verdadeira experiência cristã, de discípulos que se sentam à mesa com o Mestre”, é preciso assumir a “dupla exigência” de aceitar-se “na humildade o convite a saborearmos a Ceia pascal” e estar ao dispor de testemunhar “a beleza e o encanto do encontro com Jesus Cristo”.

“O Evangelho vai mais longe e oferece-nos a conduta de Jesus de Nazaré como modelo para a nossa missão como Seus discípulos”, realçou na Sé de Angra.

D. João Lavrador assinalou que hoje há a necessidade de “deixar de viver uma fé cristã autorreferencial”, a partir das “construções pessoais, das opiniões particulares ou interesses” e cada pessoa deixar-se encontrar por Jesus Cristo que “convida a participar em comunidade na Ceia pascal continuamente celebrada na Sua Igreja através da Eucaristia”.

Neste contexto, observa, a pertença à comunidade cristã que tem por finalidade ser presença da Vida Nova de Jesus Cristo, na qual cada cristão faz a Sua experiência, “parte da iniciativa divina de preparação”, purificando de tudo o que “apega ao mundo e afasta da comunhão com Deus e com os irmãos”.

“A Eucaristia é o serviço de Deus à humanidade na oferta do Seu Filho feita alimento para saciar a fome do Povo Peregrino na história”, desenvolveu o bispo de Angra e Ilhas dos Açores na Missa com Rito do lava-pés.

Para o prelado o serviço começa no interior da própria comunidade que “lucidamente manifesta a partilha dos dons e carismas, serviços e ministérios” entre os seus membros e abre essa tarefa ao mundo para que “a mesma missão de Jesus Cristo se torna a sua própria ação de servir a pessoa e a sociedade”.

Por isso, D. João Lavrador realça que esta é a hora em que a comunidade cristã é “chamada a interpretar os sinais, os gemidos, os acontecimentos e os anseios da humanidade” que sendo realidades humanas “exigem a luz nova, a reta orientação e a profundidade de significado que só poderá vir da Páscoa de Jesus Cristo”.

Na Eucaristia o prelado institui 15 novos Ministros Extraordinários da Comunhão, das ouvidorias da Praia da Vitória e de Angra do Heroísmo.

D. João Lavrador regressa à Sé, esta sexta-feira, segundo dia do Tríduo Pascal, para o Ofício de Leitura e Hora de Laudes e a partir das 15h00 preside à Paixão do Senhor; À noite realiza-se a Via-Sacra pública e Procissão do Senhor Morto.

A Vigília Pascal de Sábado Santo, 31 de março, começa às 21h30, e no domingo de Aleluia, D. João Lavrador preside à Solenidade da Ressurreição do Senhor, às 11h00, na Catedral de Angra, e a celebração é transmitida pela RTP Açores.

CB

 

Homilia do bispo de Angra na celebração da Ceia do Senhor

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