ACEGE: fuga aos impostos é «um egoísmo profundo»

E que se utilize o «despedimento como última solução de sobrevivência empresarial»

Lisboa, 24 mai 2011 (Ecclesia) – Apesar da “carga fiscal desproporcionada, injusta e absurda”, António Pinto Leite, presidente da direção da ACEGE, Associação Cristã de Empresários e Gestores, considera que aqueles que não pagam impostos “estão a exportar para os outros o encargo que é deles”.

Entrevistado pelo Programa ECCLESIA, transmitido esta segunda-feira na RTP2, António Pinto Leite realça que o ato de fuga aos impostos é “de um egoísmo profundo” e “socialmente errado”.

Os empresários e gestores católicos querem introduzir o ideário cristão nas empresas, no Estado e na organização pessoal e social como forma de combater a crise.

Propostas que percorrem um documento publicado, recentemente, pela ACEGE e que coloca a tónica no “princípio do amor ao próximo como critério de gestão”.

Uma linguagem que falta a todos os níveis e notória no mundo empresarial, mas com um “critério é extremamente operacional: tratarmos os outros como gostaríamos de ser tratados se estivéssemos no lugar deles” – afirmou.

Neste quadro há um conjunto de medidas e propostas dirigidas à consciência dos empresários em geral, mas sobretudo dos empresários cristãos.

Desde logo, que se utilize o “despedimento como última solução de sobrevivência empresarial”, todavia se não existir alternativa e, “infelizmente muitas vezes não há”, que haja “um critério social na escolha das pessoas que são despedidas” – referiu o presidente da ACEGE.

[[v,d,2106,Entrevista ao presidente da ACEGE, António Pinto Leite]]Ainda neste campo, António Pinto Leite pede para que haja uma “atenção especial às pessoas mais velhas e com mais dificuldade em regressar ao trabalho”.

O pagamento “a horas” é outra das propostas lançadas pela ACEGE porque o não cumprimento desta regra leva a que muitas empresas, especialmente as pequenas e médias, “abram falência” – disse

Os números “são assustadores” e colocam “Portugal no fim” – lamenta o responsável da ACEGE.

Neste campo, “há uma grande responsabilidade do Estado”, porque “é um péssimo pagador” e “dificulta muitas as empresas”.

Às empresas com “mais massa crítica” e “mais meios”, a ACEGE propõe-lhes que façam o “diagnóstico social interno” para detetar na população que trabalha na empresa “aqueles que têm mais dificuldade” – disse.

A criação de “sondas internas” e “confidenciais” para acolher as pessoas é de grande utilidade, visto que através delas sabe-se os problemas das pessoas.

Questionado se o momento atual é propício para colocar em prática estas propostas, o responsável da ACEGE sublinha que é nos piores momentos que se vê a solidariedade entre as pessoas.

PTE/LFS

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top