Abracemos África com o Papa Bento XVI

Começa hoje nos Camarões e prossegue Sexta-feira em Angola a primeira visita apostólica do papa Bento XVI ao continente africano. Como deu a conhecer na oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no passado Domingo, em Yaoundé, capital dos Camarões, Bento XVI confiará aos bispos africanos o “Instrumento de trabalho” da II Assembleia especial para África do Sínodo dos Bispos, a realizar em Outubro, no Vaticano, seguindo depois para Angola, onde permanecerá por ocasião da feliz memória celebrativa da evangelização do País. Uma visita, um imenso abraço a todo o continente africano, como apresentou o papa esta sua iniciativa, mas também dois registos diferentes da comunhão universal que Pedro significa para todas as Igrejas. Ao entregar o documento preparatório da assembleia especial do Sínodo dos Bispos no coração do continente, e não através das secretarias do Vaticano, o Papa aduz a um importante texto o traço singular e altamente simbólico do reconhecimento e respeito de toda a Igreja pela identidade e pelo percurso das Igrejas nascidas na África de todos os problemas e de todas as esperanças. Ao associar-se em pessoa à consciência viva de uma Igreja local, que testemunha com alegria, sem escamotear as dores, mas com inteiro abandono à vontade de Deus, a herança apostólica recebida, Bento XVI leva o ministério petrino ao coração dos irmãos, a quem deve confirmar na fé. Ao fazer tudo isto em simultâneo, o sucessor de Pedro traz ainda para a agenda da ordem internacional um continente ainda marginalizado, que a generalidade dos políticos com peso na cena mundial sobejamente mostrou e continua a mostrar não respeitar. A Igreja em Portugal tem a obrigação de se associar a este momento tão alto na vida da Igreja de Angola, não apenas pela alegria de a ver consolidada e a dar passos de promessa face ao futuro, mas também e sobretudo através da persistente e continuada oração de louvor ao Deus de todos os dons e oração de prece ao Pai de toda a benevolência, solidificada nos gestos concretos de partilha e de fraternidade que o mesmo Deus de todas as bênçãos pede a todos e a cada um. Abracemos, pois, com Bento XVI, na oração e na partilha, o continente africano, as suas filhas e os seus filhos, para que nesse abraço comprometido e estreito, nasça o bálsamo de todas as dores e cresça o cimento das maiores esperanças. João Soalheiro

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