Abordar a Igreja à luz do séc. XXI

A Igreja no Séc. XXI, “não vive nada de novo. O essencial acontece numa pessoa – Jesus Cristo”. Ontem como hoje “o homem tem de ser de Deus e a Igreja, enquanto religião incarnada na história, deve ver formas de frescura na sua acção para que a evangelização aconteça”, explica Francisco Prior Claro, da Associação de Estudantes de Teologia de Coimbra (AETC), que reconhece a dificuldade na tarefa. Esta é a base de análise da 15ª Semana de estudos, organizada pela AETC, que decorre até dia 18. Uma iniciativa que remonta ao início da instituição e onde, todos os anos, os estudante se propõem a “tratar questões que atinjam toda a Igreja”. Este ano centraram-se na indiferença religiosa, “e face a isso mesmo, à novidade que há a propor nos dias de hoje”, adianta o seminarista no Seminário Maior da Sagrada Família de Coimbra. O título que dá nome à Semana de Estudos, tem origem no livro de Enzo Bianchi, fundador de uma comunidade ecuménica em Bose, na região de Turim – «A Diferença Cristã», e aborda precisamente “as mutações, o secularismo, o laicismo na Europa Ocidental e o que deverá ser a proposta da Igreja, que o autor clarifica de diferença cristã, face à indiferença religiosa”. Não sendo tarefa fácil, há que partir da realidade concreta para saber para onde caminhar. Nesse sentido, esta semana principiou com o contributo de uma análise sociológica, “numa leitura sobre a religião, as mutações culturais e as dificuldades que daí advêm”, reflectida por Paula Abreu, socióloga da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Depois de uma visão externa, “partimos para uma visão, externa a nível eclesial”, mas dotada de espírito católico. João César das Neves afirmava na conferência de ontem à noite – dia 15 . que “a culpado estado das coisas não é da Igreja, nem do mundo, mas de Deus”, referiu com ironia, “porque nos quis comprometer na nossa limitação e dificuldade”. O testemunho foi apontado como o caminho a tomar. “Que o cristão seja cada vez mais fiel à sua essência. O testemunho não será para si, mas irá irradiar, sendo motor da sociedade”, aponta Francisco Prior Claro. Por último “face ao que temos, que em si não é melhor nem pior do que o tempo passado”, com a ajuda do Cón. António Rego avi estar em análise formas, possibilidades e oportunidades que a Igreja terá para “lutar contra esta indiferença religiosa e propor a novidade do Evangelho”, refere o seminarista. “Não devemos ficar na lamentação em que estamos, mas propor caminhos novos que a Igreja deve seguir”, caminhos a percorrer também pelos estudantes, futuros sacerdotes ou licenciados em teologia. “Para nós estudantes, esta semana de estudos é fundamental”, assegura, pela formação e uma ajuda “a não ter perspectivas fechadas e a condenações do mundo, mas a ser mais abertos”. Será também uma ajuda “à nossa vocação”, sublinha. A realização na maior paróquia da cidade de Coimbra, em São José, possibilita a maior divulgação da iniciativa e por sua vez, uma maior participação também. A Associação de Estudantes de Teologia de Coimbra (AETC) foi fundada em 1992. Dela fazem parte os alunos que estudam Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra e, portanto, seminaristas no Seminário Maior de Coimbra (Dioceses de Coimbra, Aveiro, Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo Branco, e Santiago de Cabo Verde) e os alunos do Curso de Ciências Religiosas.

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