A Paixão de Mel Gibson ainda gera polémica

“A Paixão de Cristo”, o filme de Mel Gibson que se revelou como um dos mais mediáticos de todos os tempos, continua a ser motivo de polémicas. Agora foi a vez do Governo da Malásia limitar a exibição do filme no país aos cristãos. Os católicos e protestantes temiam que a Comissão de Censura impedisse o seu lançamento. Ainda assim, foi uma intervenção do primeiro-ministro, Datuk Seri Abdullah Ahmad Badawi a permitir o lançamento do filme, mas “apenas para os cristãos”, “em determinados cinemas” e “sem nenhuma publicidade”. Dos 25 milhões de malaios, aproximadamente dois terços são muçulmanos. O restante é composto por chineses e indianos; os cristãos são apenas 9%; e destes, os católicos são pouco mais de 3%. O Islamismo proíbe a representação de figuras sagradas, como é o caso de Jesus, reconhecido como profeta, mas não como Filho de Deus. Exactamente por isso, em 1998, foi proibido o lançamento do filme “O príncipe do Egipto”, um filme de animação sobre a vida de Moisés, também reconhecido como profeta pelo Islamismo. D. Paul Tan Chee Ing, Bispo jesuíta de Melaka-Johor, elogiou a firmeza do primeiro-ministro, mas lamentou a limitação confessional. “Estou perplexo e contrariado com a decisão”, referiu. “Não devemos exagerar as nossas diferenças de modo negativo, mas sublinhar as nossas semelhanças. O filme pode ser um óptimo motivo para incentivar o diálogo inter-religioso e para fazer amadurecer a compreensão e aceitação”, acrescentou o prelado.

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