A importância da comunicação nos novos tempos

Arturo Merayo fala amanhã aos sacerdotes da Arquidiocese de Braga Preparar o discurso, ser breve, com exemplos práticos, compreensíveis e extraídos da vida quotidiana. Falar com o exemplo, enaltecendo os aspectos positivos mais do que os negativos. Falar com perseverança, mas sorrindo, sendo natural e simples. Escutar e ajustar o discurso às necessidades reais do público, mostrando proximidade. Serão estes alguns dos conselhos que os sacerdotes do Arquidiocese de Braga vão escutar amanhã, nas Jornadas Pastorais sobre a comunicação, conduzidas por Arturo Merayo. Dois temas centrais serão abordados pelo conferencista – como comunicar o Evangelho no século XXI e os sacerdotes que comunicam com eficácia. Arturo Merayo é assessor de Comunicação em empresas de audiovisuais de Portugal, Espanha e México, e já trabalhou na rádio Cadena Ser e no jornal ABC. Durante 15 anos, foi professor de Comunicação e Informação Radiofónica na Faculdade de Comunicação da Universidade Pontifícia de Salamanca, leccionando actualmente na Universidade Católica de Múrcia, onde é o decano da Faculdade de Ciências Sociais e da Comunicação. Numa entrevista ao Diário do Minho, o assessor e professor aborda a mudança social que ocorre e as implicações que a constatação da diferença pede ao discurso evangélico e comunicativo. Arturo Merayo evidencia mudanças sociais que marcam as sociedades ocidentais de “relativismo, materialismo o consumismo”. Faltam “lideranças morais sólidas” que conduzam as “muitas pessoas perdidas e atentas unicamente às preocupações mais imediatas”. A vida dos cristãos não é atraente porque “carece da suficiente coerência”. Segundo o conferencista, os católicos deveriam viver com “integridade a sua fé”, pois o melhor pregador, aponta, “é o Frei Exemplo”. O cristão deve esforçar-se por melhorar a sua própria formação. “Saber mais, formar-se constantemente” e uma das áreas apontadas é a comunicação. “Aprender a comunicar melhor em que consiste a sua fé, como se deve viver e porquê”. Arturo Merayo sublinha que a Igreja deve fazer um “sério esforço para difundir a mensagem de Jesus Cristo, compreendendo como são as novas circunstâncias”, que implicam novas linguagens e uma presença nos “novos areópagos mediáticos”, mas “fazendo um esforço por melhorar a eficácia com que se apresenta a Mensagem”. Segundo o professor, Jesus Cristo não falava sempre das mesmas coisas. É preciso, antes de se evangelizar, “saber a quem se dirige a mensagem”. “Conhecer muito bem as necessidades reais do interlocutor, escutá-lo, pôr-se na sua pele… E depois, falar-lhe na sua língua, com a sua linguagem, com exemplos que possa entender”, aponta. Questionado sobre as capacidades comunicacionais de João Paulo II, Arturo Merayo evidencia o cultivo que o então Papa fazia da sua vida interior. “Essa autenticidade de vida permitia-lhe ter autoridade moral e conseguia que o escutassem com respeito”. Outra característica apontada é a concordância do discurso com o público. “Preparava as suas homilias pensando no público que o ia escutar”, indica, cultivando a proximidade e a simpatia, ao mesmo tempo que era “exigente mas compreensivo, claro e estimulante”. João Paulo II entendeu “perfeitamente o seu tempo e o papel fundamental que desempenha a comunicação mediática. E soube jogar muito bem essa carta”, traduz. Características diferentes encontra em Bento XVI. “O homem do século XXI quer soluções eficazes”. O actual Papa “fala com fortaleza, com exigência, sem pôr as coisas fáceis para atrair mais fiéis”. No entanto, ao mesmo tempo, Arturo Merayo aponta-lhe a “doçura e compreensão pelas debilidades de um homem desorientado e angustiado”, numa combinação de “fidelidade à mensagem evangélica e proximidade à pequenez humana”. Amanhã, das 09h30 até às 17h00 no auditório do Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese de Braga, Arturo Merayo estará com os sacerdotes da Arquidiocese de Braga.

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