A fé cristã não vai em modas, diz o Bispo do Funchal

A sociedade actual exige dos cristãos uma fé esclarecida que “não se deixe arrastar por práticas comuns”, por aquilo “que é mais vulgar ou se vai tornando mais generalizado”, alertou ontem D. António Carrilho na concelebarção eucarística que assinalou a Festa litúrgica de Nossa Senhora do Carmo no Funchal. “Temos a nossa crença mas com facilidade nos deixamos influenciar pela prática e por costumes, e até por uma mentalidade que representa mais o ambiente que nos rodeia, do que os princípios e os critérios da nossa fé”, disse. Em referência ao profeta Elias que questionou o seu povo sobre “a quem devemos seguir, se “a tradição dos nossos pais” ou a “prática comum” dos que seguem “outros deuses” e que “não descobriram o verdadeiro Senhor”, D. António Carrilho alertou para os riscos que no nosso tempo prejudicam a fé cristã e a seduzem para certas modas. “Não podemos dizer que tudo vale o mesmo e que tudo é igual, porque não é. Ou acreditamos e assumimos a fé, procurando aprofundar o sentido dessas verdades, ou então temos uma prática mais ou menos eclética, em que tudo se mistura, mas onde não há a pureza do próprio Evangelho”, afirmou. “Corremos muitos riscos na sociedade actual que é rica pelo facto de estabelecer contactos com tanta gente, criando o sentido do respeito pelo outro, do acolhimento, até do valor que tem a fé de cada um quando é sincera, que brota de dentro, mas isso não retira a obrigação e a responsabilidade do aprofundamento das verdades em que acreditamos, para assim podermos dar razão da nossa fé e da nossa esperança neste mundo em que estamos constantemente em confronto com mentalidades e práticas diversas”, sublinhou. Neste contexto, o essencial é que o cristão não se deixe “arrastar” “por costumes e crenças diferentes, não se deixe impregnar dessas mesmas práticas” e seja afirmativo “na fé que tem no verdadeiro Deus, em Jesus Cristo, a quem dizemos acreditar e devemos seguir no concreto do dia-a-dia”, em conformidade com “a mensagem e o ideal que Ele nos propõe através do Evangelho”. D. António Carrilho expressou estas reflexões na homilia que ontem proferiu na igreja do Carmo, no Funchal, onde celebrou pela primeira vez com a comunidade dos Carmelitas Descalços, uma Ordem que tem como padroeira Nossa Senhora do Carmo. A sua primeira presença neste templo, recorde-se, aconteceu em Maio de 2007, aquando da preparação e cortejo que assinalou a sua entrada oficial na nossa diocese. Um acontecimento também lemrado pelo Pe. Manuel Dias, actual Superior dos Carmelitas entre nós. “Sentimo-nos muito gratos por esta presença do senhor Bispo que, de certo modo, reconhece o nosso trabalho nesta diocese. Em união com D. António sentimos que também podemos fazer uma cidade nova, com muitos valores. Os carmelitas podem ajudar a diocese a crescer mais; e o senhor Bispo pode contactar sempre connosco para o serviço apostólico, em geral, e na devoção a Nossa Senhora do Carmo em particular”, disse o Pe. Manuel Dias ao Jornal da Madeira, que por coincidência festiva também celebrou ontem o seu aniversário natalício e recebeu os parabéns de todos presentes naquela cerimónia religiosa. A entrada do Bispo do Funchal também na igreja do Carmo também foi saudada com muitos aplausos. A animação litúrgica esteve a cargo do Grupo Juvenil de Expressão Musical e Dramática, dirigido pela Professora Zélia Gomes. Destacou-se ainda a presença do Movimento de Estudantes Católicos Madeirenses (MECM e de membros do Carmelo Secular. No próximo sábado, haverá uma missa campal na Praça do Carmo, às 20 horas, seguida da “procissão das velas” pelas ruas da cidadel. O Posto Emissor do Funchal (PEF) transmitirá em directo esta celebração.

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