A cruz escondida

Cazaquistão: Na vida da Irmã Rita há lugar até para 18 filhos

Coração de mãe

Descobriu a fé sozinha, numa família onde a religião não tinha lugar. Descobriu, numa congregação devota de Nossa Senhora, que a sua vocação seria trabalhar com crianças oriundas de famílias disfuncionais. Crianças sem infância, sem alegria, sem futuro. Rita descobriu que, como irmã, podia ajudar a fazer milagres todos os dias. A Irmã Rita descobriu que tem um coração de mãe. E 18 filhos para cuidar…

Nasceu numa casa onde não havia lugar para Deus. Nasceu no Cazaquistão, um país que, ainda hoje, tem marcas fortes da miséria dos tempos da União Soviética. A Irmã Rita descobriu Deus sozinha. Foi uma aventura enorme. Tinha apenas 10 anos. Decidiu que queria ser religiosa. Aos 14, resolveu preparar-se para o baptismo. A semente de Deus continuava a crescer e, mais tarde, Rita Kurochkina tomou uma decisão ainda mais radical: para dedicar toda a sua vida a Deus teria de entrar num convento. Era tudo ou nada. A mãe de Rita não aceitou a ideia de bom grado. Foram 12 longos meses de espera, de oração. De paciência. “A minha mãe mudou de opinião quando percebeu que eu teria uma vida normal. Ela viu como eu estava infeliz por não poder entrar na congregação e agora vê como estou feliz”, explicou. Rita trabalha e vive na casa de Santa Clara, em Kapshagay, no Cazaquistão. É uma casa que acolhe crianças oriundas de famílias disfuncionais. É um orfanato que pertence à congregação das Irmãs da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria. Na casa de Santa Clara há três religiosas. A Irmã Rita, a Irmã Viera e a Irmã Samuela. Três irmãs que são, na verdade, três mães de 18 crianças muito especiais. Oriundas de famílias disfuncionais muitas destas crianças e jovens sofreram violência, fugiram de casa e acabaram mesmo por tornar-se sem-abrigo. “O comunismo trouxe uma grande miséria a este país”, explica a Irmã Rita. “Muita gente deixou de acreditar em Deus.” O colapso da União Soviética veio agravar as coisas ainda mais. A pobreza é muito significativa neste país que demora a assumir, na plenitude, a vida democrática.

 

A congregação

“Nós cuidamos de muitas crianças que passaram por muitos acontecimentos traumáticos”, explica a irmã Rita. “São três mulheres, três religiosas que dedicam todas as horas do dia a procurar resgatar estas crianças e jovens ao infortúnio. “Estamos sempre com as nossas crianças, 24 horas do dia, sete dias por semana.” Elas fazem tudo por estas crianças. Cozinham, lavam a roupa, levam-nas à escola ou ao jardim-de-infância, ajudam-nas com os trabalhos de casa, brincam. São mães de coração. São mães de verdade. Estas 18 crianças vão esquecendo aos poucos os traumas do passado e vão aprendendo a sorrir, a brincar, a crescer. Tudo ali acontece com normalidade. Até os momentos de oração. Todos juntos são uma família, tornam-se mais fortes, mais unidos. “A minha maior alegria será vê-las crescer e tornarem-se pessoas boas”, diz-nos a Irmã Rita. Pessoas boas e amáveis. Pessoas saudáveis. Bons cristãos. Ela sabe que a sua congregação e as suas crianças são apoiadas directamente pela Fundação AIS, através da generosidade dos seus benfeitores e amigos. Muitos deles, em Portugal. “Muito obrigada por nos ajudarem, apoiando-nos sempre, e por podermos confiar sempre em vós. Muito obrigada!”

Paulo Aido

 

As Irmãs da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria são exemplo do trabalho notável da Igreja junto das crianças oriundas de famílias disfuncionais no Cazaquistão.
Vamos ajudar a Irmã Rita?
MULHERES EXTRAORDINÁRIAS. GRAÇAS A DEUS. GRAÇAS A SI.
Saiba mais em http://bit.ly/Mulheres_Extraordinarias

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