Segundo o secretário Vaticano para as Relações com os Estados, o projecto da Constituição Europeia demonstra que a Europa já não é um projecto, mas uma construção orgânica – levantada graças ao consenso dos membros da Convenção – que recolhe numerosas opiniões e valores comuns graças ao diálogo com diferentes sectores da sociedade civil. Reflectindo sobre o texto apresentado na recente reunião de Salónica, o arcebispo Jean-Louis Tauran destacou a importância do artigo 2, relativo ao respeito à dignidade humana, e ainda constatou ante os microfones da Radio Vaticana que persistem as lacunas da Carta dos direitos fundamentais de Niza relativas, por exemplo, à clonagem, ao matrimónio e à família. «Em qualquer caso – acrescentou – é positivo que pela primeira vez na história dos tratados europeus se tenha introduzido um artigo proposto por todos os cristãos europeus em virtude do princípio de subsidiariedade». «A União, de facto, compromete-se a respeitar o Estatuto de que gozam as confissões religiosas segundo as legislações nacionais dos Estados membros», mencionou D. Tauran. Portanto, «ainda que mantendo certas preocupações a respeito, por exemplo, do património cristão, trata-se de uma construção positiva que certamente marca um novo capítulo na história da Europa», conclui o arcebispo Jean-Louis Tauran.