Debate analisou mensagem dedicada às «Fake News»
Lisboa, 25 jan 2018 (Ecclesia) – Os participantes no debate que o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS) promoveu hoje, sobre a recente mensagem papal dedicada às ‘Fake News’, elogiaram o apelo de Francisco a “redescobrir” a profissão.
Vitor Bandarra, jornalista da TVI, falou em notícias “falsificadas”, considerando-as as “mais perigosas”.
Neste contexto, reforçou a ideia da necessidade de “redescobrir o valor da profissão”, sustentando que “a maioria das pessoas têm de exigir aos jornalistas a sua responsabilidade”.
O profissional da TVI considera que “o Papa pôs o dedo na ferida”, com a mensagem divulgada esta quarta-feira, para o 52.º Dia Mundial das Comunicações Sociais (13 de maio de 2018).
Teresa Canto Noronha, jornalista da SIC, disse, por sua vez, que os “filtros” que possam existir não devem “deturpar a realidade”, convidando a “redescobrir a dignidade” da profissão, que é posta em causa.
“A maior parte da população não tem acesso à informação que nós temos”, advertiu, lamentando a ausência de “espírito crítico”.
Olivier Bonamici, comentador da Eurosport, começou por sublinhar que a voz do Papa “não é uma voz qualquer”, levantando uma questão que tem de ser enfrentada pela sociedade.
As crianças, propôs, “têm de ser educadas para saber o que é uma notícia, o que é uma fonte”.
Para o jornalista francês, é necessário recentrar o trabalho na “credibilidade” da informação, contrapondo-a ao fluxo das ‘fake news’.
“As pessoas precisam de jornalistas que possam ajudar a ver mais claro”, prosseguiu.
Begoña Iñiguez, correspondente da rádio de Espanha COPE, aludiu a um “momento de incertezas”, a nível internacional, no qual a profissão de jornalista “é mais importante do que nunca”.
A profissional sustentou que é preciso investir na qualidade, com tempo, dando condições aos jornalistas para que desenvolvam o seu trabalho.
O encontro decorreu no auditório da Rádio Renascença, em Lisboa, com o objetivo de analisar as “fake news” e a sua “intromissão no ambiente informativo”, refere o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.
A mensagem do Papa, divulgada esta quarta-feira, quer, nas palavras do pontífice, “contribuir para o esforço comum de prevenir a difusão das notícias falsas e para redescobrir o valor da profissão jornalística e a responsabilidade pessoal de cada um na comunicação da verdade”.
OC