Aveiro: Tribunal diocesano avança com processo de canonização da Beata Joana, Princesa

Monsenhor João Gaspar assume o cargo de postulador desta causa

Aveiro, 26 jun 2017 (Ecclesia) – O Tribunal Diocesano que o bispo de Aveiro nomeou para o processo de canonização da Beata Joana, princesa, tomou posse este domingo, uma causa que tem como postulador monsenhor João Gaspar.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o bispo de Aveiro destacou a concretização de um objetivo muito querido para as comunidades locais, para o qual começou a trabalhar assim que chegou à diocese, há cerca de três anos.

“Quando cheguei, várias pessoas vieram ter comigo para dizer que era preciso retomar o processo e terminá-lo em ordem à canonização. Para isso temos que fazer aquilo que nos compete”, realçou D. António Moiteiro.

A princesa Joana (1452-1490), filha do rei D. Afonso V e da rainha D. Isabel, deixou Lisboa e a Corte aos 23 anos para se dedicar a uma vida religiosa de clausura no Mosteiro de Jesus das dominicanas, em Aveiro, onde esteve até à sua morte.

Tendo em conta a devoção que inspirou no povo, foi beatificada em 1693 pelo Papa Inocêncio XII, e tem atualmente festa litúrgica no dia 12 de maio, sendo também a padroeira da Diocese de Aveiro.

Ao tribunal agora constituído, que integra seis elementos – quatro padres, um diácono e uma leiga – caberá a recolha de testemunhos e documentos que atestem “as virtudes heroicas” da Beata Joana, Princesa, ou seja, que comprovem que esta figura, pela sua vida, pelas suas ações, pode ser apresentada como exemplo e modelo de vida para as pessoas.

“Este é que é o grande motivo, proporcionar à diocese uma corrente de santidade com este modelo, para que todos possam caminhar imitando Santa Joana”, apontou D. António Moiteiro.

Para postulador da causa de canonização foi nomeado o monsenhor João Gaspar, até agora vigário-geral da diocese e estudioso da vida daquela que é conhecida popularmente como ‘Santa Joana’.

Oresponsável recordou que, na prática, este será o retomar de um processo que tinha sido “suspenso à volta do ano 1750, por causas políticas”.

“As primeiras alíneas estão todas prontas, estão no Arquivo do Vaticano em Roma; falta agora a prova da fama de virtudes ao longo dos séculos”, disse o monsenhor João Gaspar, recordando “uma figura que ao longo da história sempre foi muito considerada em Aveiro, como sua protetora”.

“De Aveiro e não só, há publicações e imagens, gravuras, pinturas, até estátuas de Santa Joana na China, no Brasil, em Itália, na Sicília e em Roma, e em Portugal desde Viana até Elvas”, salientou o responsável.

O padre Manuel Rocha, atual vigário judicial da diocese, assume o cargo de delegado episcopal do novo tribunal, tendo como adjunto o padre Pinho Ferreira.

Para promotor de Justiça foi escolhido o padre Fausto Araújo de Oliveira, que é também pároco da Glória, onde está o túmulo da Beata Joana, princesa; o promotor de Justiça adjunto é o diácono Manuel Araújo da Silva.

“Se virmos a história da vida da Beata Joana, quer na corte quer depois aqui em Aveiro, vemos que toda a vida dela foi vida de santa, desde os sacrifícios que ela própria a si mesma aplicava, mas também pela sua maneira de ser, a devoção a Jesus Cristo, a sua caridade, bondade, preocupação pelos outros, a sua vida espiritual que foi extraordinária”, frisou este responsável.

Estes quatro elementos serão coadjuvados por dois notários, o padre Pedro Barros, oriundo da Paróquia de Santa Joana, e a leiga Ledy Sousa de Pinho Vitorino, que é também atualmente notária do Tribunal Eclesiástico.

O padre Manuel Rocha assumiu também, a partir de domingo, o lugar de vigário-geral da Diocese de Aveiro.

JCP

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