Ecumenismo: Crise de refugiados é uma oportunidade para traduzir o diálogo cristão em «gestos concretos»

João Luís Fontes aborda Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

Lisboa, 19 jan 2017 (Ecclesia) – Está em marcha até à próxima quarta-feira a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, este ano marcada pela recente viagem do Papa Francisco à Suécia, por ocasião dos 500 anos da Reforma Protestante.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, João Luís Fontes, do Grupo Ecuménico Jovem, considera que o facto de o Papa “não ter enviado ninguém, ter ido ele próprio, é um sinal de que assume o diálogo ecuménico como uma urgência e sobretudo que é fundamental que os cristãos se unam no testemunho de dão em relação ao mundo”.

“Não no sentido de dominarem mas de tornarem credível, pela sua comunhão, por serem reconciliados, a verdade desta reconciliação que Cristo traz”, acrescenta.

Aquele responsável recorda que “o Papa não se tem cansado de repetir que áreas como a reconciliação, a paz, a justiça e a dignidade humana são áreas fundamentais do ser cristão no mundo, e que os cristãos as podem fazer ecumenicamente”.

É também nesse sentido que o documento de reflexão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos sugere este ano o envolvimento de todos os cristãos na assistência por exemplo aos refugiados na busca de novos lares.

“Aqui o princípio é muito simples, se a fé for vivida na verdade, ela tem que necessariamente marcar a vida das pessoas e transformar a vida das pessoas. E isso não se situa apenas ao nível da cabeça, das ideias e teorias, mas situa-se em gestos concretos”, aponta João Luís Fontes.

O membro do Grupo Ecuménico Jovem recorda que o Papa, durante a sua deslocação à Suécia, não só apontou “o ecumenismo como um caminho irreversível” mas “juntou à questão dos refugiados” outras interpelações “muito concretas”, como “o terrorismo, a questão ecológica e o cuidado pela Criação”.

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que se vai prolongar até à próxima quarta-feira, dia 25 de janeiro, tem como tema ‘Reconciliação – É o amor de Cristo que nos impele”.

João Luís Fontes destaca o facto de, “pela primeira vez, a Reforma ir ser celebrada ecumenicamente”.

De acordo com aquele responsável, em Portugal “vão decorrer celebrações ecuménicas durante todo o Oitavário, em Lisboa, no Porto, em Aveiro, em Braga onde será a celebração nacional”.

O guião das iniciativas, a nível internacional, esteve desta vez a cargo do Conselho de Igrejas na Alemanha (ACK), a convite do Conselho Mundial de Igrejas.

Durante a celebração final do Oitavário, as pessoas serão convidas a trazerem “pedras a figurar elementos de divisão, com as quais se construirá um muro que será depois derrubado e com as mesmas pedras será construída uma cruz”.

“Um gesto muito bonito” e que quer lembrar que “as separações que criamos são derrubadas por Cristo, que estabelece a ponte, que estabelece os laços e que cria a comunhão”, conclui João Luís Fontes. 

 PR/JCP

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